MAB

A hidrelétrica, que reteve 10 milhões de metros cúbicos de lama da Samarco corre o risco de se romper a qualquer momento.

Por que marchamos? Confira a carta dos atingidos por barragens sobre o aniversário do crime que matou o Rio Doce: "Acreditamos firmemente que nossa luta, pela vida em plenitude, pelo emprego, por nossas terras, por nossos rios, pela água, pela natureza preservada, é absolutamente justa e necessária."

“Ficamos na expectativa, não de perder a esperança, mas de buscar fortalecer as pessoas da comunidade para que não desistam dela”, explica Alessandro Pescador, morador de Regência.

Os atingidos realizarão uma marcha para lembrar o primeiro aniversário do crime. Eles saem de Regência (ES) no dia 31 de outubro e devem chegar a Mariana (MG) no dia 2 de novembro, em ação organizada pelo Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).

Com a presença de organizações de 12 países da América Latina, o Movimiento dos Afectados por Represas Latino Americano foi oficialmente lançado como plataforma política que pretende lutar pela soberania da água e por um projeto energético popular em todo continente.

Há mais de três anos, as famílias atingidas pela UHE Baixo Iguaçu buscam respostas aos problemas causados pela construção da usina.

José Araújo Silva, 60 anos, também conhecido como Brilhoso, veio de Degredo, distrito de Linhares, no Espírito Santo, para conhecer a realidade dos atingidos pela Samarco que moram em Mariana e região. Ele ouve atento as denúncias, os relatos, vê as lágrimas de homens e mulheres que choram a destruição das comunidades, a poluição dos rios, os impactos profundos e crescentes provocados pelo rompimento da Barragem de Fundão, ocorrida há 10 meses.

“Quantos ainda vamos ter que perder em nome do falso desenvolvimento?, indaga a jovem Lorena Medrado, moradora da comunidade e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens".