Ações contra plantações de árvores geneticamente modificadas nos EUA em solidariedade à luta no Brasil

Por FASE
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No início desta semana, grupos dos EUA como Projeto de Justiça Global ( Global Justice Project), PARA Árvores GM ( STOP GM Trees), Aliança Dogwood, e ForestEthics organizaram um fórum público, coletiva à imprensa e divulgaram um relatório muito crítico sobre plantações de árvores em larga escala e árvores GM

Ações condenam as plantações de monoculturas de árvores e as árvores geneticamente modificadas. Eventos nos EUA em solidariedade com os Países do Sul

Charleston, SC (US)—Ativistas se juntaram nesta cidade portuária para condenar as plantações de monocultura de árvores em larga escala e árvores geneticamente modificadas (GM). Ontem, uma ação dramática na água ocorreu quando participantes da Conferência da União Internacional de Organizações para Pesquisa Florestal (IUFRO), durante um passeio de barco desde Fort Sumter foram cumprimentados por um barco a motor das entidades “Terra! Em primeiro Lugar” ( Earth!First) e “Maré Subindo América do Norte”( Rising Tide Northern América), que desenrolaram várias faixas com dizeres como “Plantações de Eucalipto não são Florestas”. A ação foi realizada em solidariedade às populações impactadas pelas plantações de árvores nos países do Sul, em especial os Povos Indígenas Tupinikim e Guarani, o MST e as comunidades quilombolas e camponesas do Brasil, e também o povo indígena Mapuche do Chile.

No início desta semana, grupos dos EUA como Projeto de Justiça Global ( Global Justice Project), PARA Árvores GM ( STOP GM Trees), Aliança Dogwood, e ForestEthics organizaram um fórum público, coletiva à imprensa e divulgaram um relatório muito crítico sobre plantações de árvores em larga escala e árvores GM.

Nas últimas décadas, as empresas de papel desmataram rapidamente as florestas nativas no Sul dos EUA, e as substituíram com plantações estéreis de pinus que agora representam quase um de cada cinco hectares na região. Este processo tem deixado cicatrizes na paisagem, tem posto em perigo a saúde e o bem estar das comunidades rurais, e tem destruindo a biodiversidade. Na América do Sul, a conversão das florestas ameaçadas de extinção está destruindo rapidamente a biodiversidade e despejando as comunidades indígenas e rurais.

Introduzir árvores geneticamente modificadas (GM) nas plantações de monocultura vai inevitavelmente e de forma irreversível destruir a biodiversidade, contaminar a água e o solo, piorar o aquecimento global, e causar impactos sociais e culturais e ameaçar a saúde das comunidades rurais – indígenas e não-indígenas. Há mais sítios experimentais de árvores GM na Carolina do Sul do que em todos os outros lugares nos EUA.

Na última segunda feira, uma aliança de entidades ambientais divulgou um relatório que detalha as ameaças às florestas nativas das práticas nocivas das plantações industriais de árvores. O relatório descreve a crescente resistência em todo mundo às plantações de árvores e relata as conseqüências para a saúde humana, ambientais e sociais das árvores GM. O relatório documenta como o pólen e as sementes das árvores GM, que estão sendo cultivados experimentalmente nos EUA, no Brasil e na Chile, podem debilitar a saúde das florestas nativas e ameaçar as comunidades das florestas.

Nesta quarta feira, o relatório, que trata dos impactos sociais e ambientais das plantações de monocultura e das árvores GM, será apresentado à Conferência da IUFRO em Charleston, que tem como tema “Gestão Florestal Sustentável com Plantações de Rápido Crescimento”, e é patrocinada pela empresa Arborgen, em Summerville.

A empresa ArborGen, localizada em Summerville (SC), é o líder mundial em pesquisas e desenvolvimento de árvores geneticamente modificadas; são mudadas características tais como a redução do teor de lignina e aumento do crescimento das árvores. Os EUA lideram mundialmente a pesquisa de árvores geneticamente modificadas com 350 locais de experimentação em campo, sendo que a Carolina do Sul tem o maior número destes locais. ArborGen é uma parceria entre International Paper (EUA), MeadWestvaco (EUA) e Rubicon (Nova Zelândia). Junto com atividades nos EUA, ArborGen é muito ativo no Brazil onde tentam comercializar plantações de eucalipto geneticamente modificadas com uma quantidade reduzida de lignina.

“Da mesma forma como Aracruz Celulose tem destruído florestas nativas e tomada terras indígenas para suas plantações de eucalipto, não-nativo, ArborGen planeja desenvolver plantações de eucalipto geneticamente modificado”, afirmou Anne Peterman, Co-Director do Projeto de Justiça Global Ecológica. “Estas árvores geneticamente modificadas pioram os problemas já muito graves que as plantações de eucalipto causam no Brasil”, ela complementou.

Durante este final-de-semana, a coalizão apresentou “Uma fazenda de árvores não é uma floresta”, um fórum público que incluiu apresentações, painéis e filmes sobre ameaças ambientais e sociais das árvores geneticamente modificadas e das plantações industriais de árvores em geral para as florestas e comunidades no Sul dos EUA, no Chile e no Brasil,. Foi destacada a luta no Brasil contra plantações de monoculturas de árvores, realizada pelos povos indígenas Tupinikim Guarani e MST, e também por comunidades quilombolas e MPA.

11 de outubro de 2006

O Relatório “Impactos Ecológicos e Sociais para Plantações de árvores de crescimento rápido e árvores geneticamente modificadas” está disponível em http://globaljusticeecology.org/index.php

Contatos:

Nos EUA: Orin Langelle, Global Justice Ecology Project - tcejorpygoloceecitsujlabolg@ellegnal +1.802.578.6980 (cellular)
No Brasil: Marcelo Calazans/Winnie Overbeek, FASE/ES - rb.moc.arret@seesaf + 55 27 33226330

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