Alerta sobre nova técnica de transgenia com nanofibras de carbono

Pesquisadores estão desenvolvendo novas técnicas que usam nanopartículas para introduzir DNA "estrangeiro" em células

Por exemplo, no Laboratório Nacional de Oak Ridge, do Departamento de Energia dos Estados Unidos, que tem um importante papel na produção de urânio enriquecido para o Projeto Manhattan, pesquisadores desenvolveram uma técnica na escala de bilionésimos de metro para injetar DNA em milhões de células de uma só vez. Milhões de nanofibras de carbono crescem aderindo-se a uma peça de silicone repleta de traços de DNA sintético aderido às nanofibras. As células vivas são então atiradas contra a placa e perfuradas pelas fibras, que injetam o DNA dentro da célula durante o processo. (...)

Uma vez inserido, o DNA sintético expressa novas proteínas e novos traços genéticos. O laboratório de Oak Ridge está colaborando com o Institute of Paper Science and Technology em um projeto que visa utilizar a técnica para manipulação genética do pinheiro Pinus taeda ("loblolly pine"), o principal recurso da indústria madereira. Diferente dos outros métodos de engenharia genética existentes, a técnica desenvolvida pelo laboratório não passa os traços modificados para as gerações seguintes, em teoria, já que o DNA permanece ligado às nanofibras de carbono, sendo incapaz de se integrar ao genoma da planta. A implicação é que isto possibilitaria "programar" as plantas para que se reproduzissem apenas uma vez. De acordo com os cientistas de Oak Ridge, isso alivia as preocupações sobre fluxo gênico associado a plantas geneticamente modificadas, onde os genes são transferidos entre organismos não aparentados, removidos ou rearranjados entre as espécies.

Se as novas técnicas capacitam os pesquisadores a ligarem e desligarem genes que controlam a fertilidade, por exemplo, será que as empresas produtoras de sementes usarão a técnica para evitar que os agricultores guardem as sementes e as reutilizem, obrigando-os a comprar sementes todos os anos para obter as característics genéticas que eles precisam?

Essa abordagem também gera numerosas questões sobre segurança: e se as nanofibras forem ingeridas por animais, incluindo o homem? Quais são os impactos ambientais caso as nanofibras invadam células de outros organismos e começem a expressar novas proteínas? Para onde irão as nanofibras quando as plantas se decompuserem no solo?

As nanofibras de carbono têm sido comparadas com as fibras de asbestos, devido a semelhança de suas formas. Estudos iniciais de toxicidade com algumas nanofibras de carbono demonstraram causar inflamações celulares. Um estudo conduzido pela NASA aponta que a inflamação em células pulmonares é maior do que nos casos de silicose. (...) ( GMWatch, 17/08/2005).

Campanha Por um Brasil Livre de Transgênicos
Boletim Número 266 - 19 de agosto de 2005
E-mail: rb.gro.atpsa@socinegsnartedervil

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