Brasil: Mulheres atingidas saem às ruas contra reforma da previdência

Por MAB
Idioma Portugués
País Brasil

Nesta quarta-feira, 8 de março, mulheres de todo o mundo ocupam o espaço que historicamente lhes foi negado: as ruas. Aqui no Brasil, nesse Dia Internacional de Luta das Mulheres, as mobilizações ocorrem em todos os cantos do país contra a reforma da previdência.

Apesar de afetar toda a classe trabalhadora, a Proposta de Emenda Constitucional 287/2016 incidirá de maneira ainda mais incisiva na vida das mulheres. Uma das propostas do governo golpista de Michel Temer é igualar a idade de aposentadoria de trabalhadoras e trabalhadores, rurais e urbanos, para 65 anos. Dessa forma, as mulheres do campo e da cidade terão que trabalhar 10 e 5 anos a mais, respectivamente, para se aposentarem.

Essa medida desconsidera a sobrecarga de trabalho das mulheres, que gastam o dobro do tempo que os homens em serviços domésticos. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), realizada em 2014, as mulheres consomem 21 horas e 12 minutos semanais nas tarefas domésticas, enquanto os homens apenas 10 horas.

Além disso, as mulheres também denunciam a sonegação de impostos de grandes empresas ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que soma R$ 426 bilhões. Somente a Vale, uma das responsáveis pelo crime ocorrido em Mariana (MG) em novembro de 2015, tem uma dívida de R$ 276 milhões com o órgão.

Junto com outras companheiras que integram a Frente Brasil Popular, as atingidas por barragens realizam atos no decorrer do dia em todas as regiões com atuação do Movimento dos Atingidos por Barragens.

Confira:

Pará:

Em Belém, mulheres ocupam a sede do INSS para denunciar o crime da reforma da previdência do governo golpista.

Em Marabá, atingidas por barragens somam-se à luta das mulheres do campo e da cidade. A atividade faz parte da jornada nacional de lutas contra a reforma da previdência e por nenhum direito a menos.

Já em Altamira, município atingido pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte, uma marcha denuncia a reforma da previdência e exige o fim da violência de gênero. Além disso, cobra o funcionamento do hospital maternidade, conforme definido pelas condicionantes da hidrelétrica.

Tocantins:

Em Palmas, após marchar pela cidade, as mulheres ocuparam o plenário da Assembleia Legislativa de Tocantins para protestarem contra a reforma da previdência.

Ceará:

Em Fortaleza, mulheres do campo e da cidade tomam as ruas da capital denunciando as medidas tomadas pelo governo golpista de Michel Temer, contra a reforma da previdência e por nenhum direito a menos.

Paraná:

Aproximadamente 1.500 pessoas se reuniram na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba (PR), no ato unificado das mulheres contra a reforma da previdência.

Santa Catarina:

Em Chapecó (SC), mulheres e homens marcham contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo não eleito de Michel Temer. “Por Nenhum Direito a Menos!” é o lema das ruas nessa Jornada Nacional de Lutas do 8 de março. O MAB também denuncia o descaso da Usina Hidrelétrica São Roque com as populações afetadas.

Rio Grande do Sul:

Mulheres do campo e da cidade marcham pelas ruas da capital gaúcha, em Porto Alegre, contra a reforma da previdência e por nenhum direito a menos.

Em Erechim, cerca de 500 mulheres de todas as regiões do estado realizaram ato público na Praça da Bandeira, seguido de uma caminhada pela avenida e ruas da cidade com paradas no Banco do Brasil e INSS. O ato tratou da Reforma da Previdência e seus efeitos para a classe trabalhadora, principalmente para as mulheres.

As mobilizações foram organizadas pela Frente Brasil Popular, com a presença de organizações como o Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato doas Trabalhadores da Agricultura Familiar-SUTRAF, Movimento doas Atingidos por Barragens (MAB), Sindicato da Alimentação, entre professores e estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul.

Minas Gerais:

Cerca de 800 mulheres de organizações como a Federação dos Trabalhadores Rurais (FETRAF), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Levante Popular da Juventude (LPJ), Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento dos Atingidos por Barragens e vários outros movimentos sindicalistas estão reunidas desde terça-feira (7) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para discutirem os impactos da reforma da previdência da vida das mulheres.

Nesta terça-feira (8), cerca de 1.000 mulheres ocuparam a sede do Instituto Nacional de Seguridade Social, na capital mineira. O “Abraço à previdência” simboliza a luta das mulheres brasileiras contra a reforma da aposentadoria, proposta pelo presidente golpista Michel Temer.

Rio de Janeiro:

Na manhã deste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e de outros movimentos e organizações sociais cariocas fazem um ato em frente à sede da empresa Vale, na Rua Almirante Guilhem, 378, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.

São Paulo:

Atingidas por barragens se somaram ao ato unificado das mulheres na Praça da Sé, em São Paulo, contra a reforma da previdência.

Fonte e fotos: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Temas: Feminismo y luchas de las Mujeres, Movimientos campesinos

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