Brasil: Um dos líderes comunitários de associação que denunciava crimes ambientais em Barcarena é morto a tiros

Por Globo
Idioma Portugués
País Brasil

Associação Cainquiama alega que estava sendo perseguida por policiais locais. Pedido de proteção havia sido negado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Polícia Civil apura as circunstâncias do crime.

Um dos líderes comunitários da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia (Cainquiama), Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos, foi morto a tiros na madrugada desta segunda-feira (12). O crime aconteceu em Barcarena, nordeste do Pará. De acordo com a Polícia Civil, as cirscunstâncias do crime estão sendo apuradas pela Delegacia de Vila dos Cabanos.

A associação Cainquirama faz denúncias sobre problemas ambientais que atingem a região. A vítima era um dos diretores.

De acordo com o Ministério Público do Estado, os representantes da associação vinham sofrendo ameçadas de policiais. Um pedido de proteção chegou a ser feito à Secretaria de Segurança Pública (Segup), mas foi negado.

Ainda segundo a polícia, a vítima era ligada movimentos de invasão de terras em Vila dos Cabanos.

Segundo as primeiras informações da Polícia Civil, a vítima estava em sua residência quando, durante a madrugada, se levantou para usar o banheiro, que fica do lado de fora da casa, e foi alvejada por disparos de armas de fogo. Uma testemunha foi localizada pela Polícia e já foi ouvida.

De acordo com o advogado da Cainquiama, Ismael Moraes, Paulo Sérgio Almeida Nascimento era um dos mais atuantes nas denúncias contra a refinaria Hydro Alunorte, envolvida no vazamento de rejeitos de bauxita vindos da bacia de depósitos da empresa norueguesa instalada na região.

"Os mesmos policiais que fazem segurança privada para a Hydro foram os que invadiram a sede da associação. Acreditamos que as relações são evidentes. O Paulo Sergio não tinha qualquer inimigo ou desafeto. A única entidade que era inimiga dele é a Hydro", denuncia.

Pedido de proteção:

O promotor de Justiça Militar Armando Brasil protocolou em janeiro de 2018 um pedido à Secretaria de Segurança Pública do Estado (Segup) solicitando a proteção aos membros da associação que estariam sendo ameaçados e perseguidos.

"Existia um pedido meu de garantia de vida não só apenas dessa pessoa que foi morta, mas também de todos os integrantes da associação. O pedido foi negado pelo antigo secretário alegando que a existia inquérito instaurado contra a associação", explica o promotor.

Fonte e foto: Globo 1

Temas: Criminalización de la protesta social / Derechos humanos

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