Contra a privatização da água, atingidos por barragens se mobilizam em todo Brasil

Por MAB
Idioma Portugués
País Brasil

A jornada de lutas de 2018 terá como foco a reivindicação dos direitos dos atingidos, a resistência contra as privatizações da água e energia e a soberania nacional como principal pauta.

Há 27 anos o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) celebra e organiza lutas no mês de março como marco de resistência contra grandes projetos de barragens.

No próximo período, atingidos e atingidas por barragens de todo Brasil estarão organizando lutas em defesa dos rios, das águas e pela vida com a denúncia do controle da água como modelo excludente à população, que tem causado graves consequências sociais, econômicas, culturais e ambientais.

“A água e a energia têm se tornado mercadorias como tantas outras, possíveis de serem compradas e vendidas pelo preço que interessar aos capitalistas”, afirma Liciane Andrioli, da coordenação nacional do MAB.

De acordo com a coordenadora, os recursos naturais se tornaram um produto a ser explorado para gerar lucros. “As populações atingidas foram percebendo que a luta pelos seus direitos só se concretiza ao ser feita com o questionamento à construção das barragens e ao modelo energético e hídrico como um todo. Cada vez mais nosso compromisso é de nos organizarmos e de nos inserirmos nas lutas contra as transnacionais, pelos direitos dos trabalhadores, na defesa dos rios, da água e da vida”.

Nas diversas regiões do Brasil onde o MAB está organizado os atingidos realizarão marchas e seminários para denunciar os planos das corporações e suas estratégias sobre a água. Além disso, em toda a jornada haverá a solidariedade às lutas de resistência contra as privatizações da água e em defesa dos rios e da vida, como Mariana (MG) e Correntina (BA).

Fórum Alternativo Mundial da Água:

Como parte da jornada nacional de lutas, os atingidos por barragens estão contribuindo na construção do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA 2018) que acontecerá entre os dias 17 e 22 de março de 2018, em Brasília (DF). Com o lema “Água é uma direito, não mercadoria”, este Fórum pretende unificar a luta contra a tentativa das grandes corporações em transformar a água em uma mercadoria, privatizando as reservas e fontes naturais de água.

O evento se contrapõe ao autodenominado “Fórum Mundial da Água”, que é um encontro promovido pelos grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de água. Os objetivos deste encontro mundial, que reunirá milhares de organizações, é fortalecer a unidade e a luta do povo em defesa da água pública como bem comum.

Na avaliação dos organizadores, o evento oficial se assemelha mais a um “fórum das corporações”. A crítica se refere ao fato de que as empresas que são convidadas “já controlam a água em vários países do mundo e querem fazer o mesmo aqui, explorando nossas bacias, aquíferos e riquezas naturais", diz Edson Aparecido da Silva, da coordenação nacional do Fórum Alternativo Mundial da Água e representante da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).

Fonte e foto: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Temas: Defensa de los derechos de los pueblos y comunidades, Tierra, territorio y bienes comunes

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