Brasil: Ideias centrais do Oitavo Encontro Nacional do MAB

Por MAB
Idioma Portugués
País Brasil

"Neste grande Encontro Nacional constatamos que existe uma ofensiva conservadora, dirigida pelo imperialismo, que neste momento de crise do capitalismo quer ampliar a exploração sobre os trabalhadores, se apropriar das bases naturais (água, petróleo, minérios, terra e biodiversidade), privatizar as empresas públicas e submeter as estruturas do Estado aos seus interesses. Todas essas medidas pioram as condições de vida do povo. Para superar as dificuldades desse momento histórico, o MAB se propõe a enfrentar os seguintes desafios."

Reunidos de 1º a 5 de outubro de 2017, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), mais de três mil e quinhentos atingidos e atingidas por barragens de todo Brasil, junto a centenas de lideranças e dirigentes de organizações populares, sindicais, religiosas, partidos políticos, parlamentares comprometidos, na presença de militantes de 19 países e com a participação de Luiz Inácio Lula da Silva, lutamos pela Soberania Nacional e celebramos os 100 anos da primeira Revolução Socialista no mundo.

Na grandeza de nossa luta, trocamos experiências e nos alegramos com o animo dos milhares de militantes que lutam cada dia por um mundo melhor para a classe que trabalha. Contribuímos na construção de um ato unitário que reuniu mais de 15 mil pessoas e diante da justeza de nossa causa reafirmamos:

- Que o MAB é uma organização que zela e estimula a pratica de valores socialistas e humanistas, de amor ao povo e de amor à vida, de solidariedade entre os povos, da pedagogia do exemplo e do combate a todas as formas de exploração, dominação e preconceitos;

- Que nossa luta é pela superação da sociedade atual e a construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo, com justiça, fraternidade e igualdade.

- Que na sociedade que almejamos é fundamental a construção de um projeto energético popular, com soberania sobre nossas bases naturais e nosso território, bem como do patrimônio publico construído com o trabalho do nosso povo.

- Que nosso projeto prevê a distribuição da riqueza com controle popular, para melhorar as condições de vida do povo brasileiro.

- Que na atual sociedade, onde a energia é utilizada para fins de acumulação privada de capital, é legitimo que as populações lutem e se oponham aos projetos de barragens.

- Que intensificaremos a luta pelos direitos dos atingidas por barragens. Para isso é necessário uma politica nacional de direitos e planos de recuperação e desenvolvimento das regiões.

- Que a luta é para que a água e energia sirvam para satisfazer as necessidades do povo com a adequada sustentabilidade ambiental.

- Que somente o trabalho determinado de militantes, a massiva organização de base e a luta do povo brasileiro, poderão exercer a pressão popular como a principal via da transformação social.

- Que historicamente as mulheres, a juventude, as populações negras, indígenas e LGBTT são as mais oprimidas. Como revolucionários, não devemos aceitar qualquer tipo de injustiça ou descriminação. Somos da mesma classe, e nisso somos iguais. Todas e todos sujeitos do processo transformador.

Neste grande Encontro Nacional constatamos que existe uma ofensiva conservadora, dirigida pelo imperialismo, que neste momento de crise do capitalismo quer ampliar a exploração sobre os trabalhadores, se apropriar das bases naturais (água, petróleo, minérios, terra e biodiversidade), privatizar as empresas públicas e submeter as estruturas do Estado aos seus interesses. Todas essas medidas pioram as condições de vida do povo.

Para superar as dificuldades desse momento histórico, o MAB se propõe a enfrentar os seguintes desafios;

Fortalecer o MAB em todo país construindo uma organização de qualidade superior a que temos atualmente.

Intensificar o trabalho de base junto ao povo brasileiro com atenção especial ao trabalho urbano.

Implantar em todas as regiões a totalidade da estratégia do MAB.

Tomar as medidas para a proteção aos militantes e a organização do nosso povo.

Exigir justiça pelo crime em Mariana na Bacia do Rio Doce e litoral do Espirito Santo.

Estimular a luta ambiental e a defesa da Amazônia.

Participar ativamente na luta pela Soberania Nacional.

Contribuir para a construção da unidade das forças democráticas, progressistas e populares no Brasil, com dedicação especial a Via Campesina, a Plataforma Operária e Camponesa da Energia e a Frente Brasil Popular.

Praticar a solidariedade internacional, fortalecendo o Movimento dos Afectados por Represas, a organização de atingidos em todos os países possíveis e a articulação internacional nos temas água e energia.

Só a luta nos fará vencer.

Água e Energia com Soberania Distribuição da Riqueza e Controle Popular.

Pátria Livre, Venceremos!

Fonte: MAB

Temas: Extractivismo, Megaproyectos

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