Brasil: desmatamento da Amazônia é duas vezes maior, diz estudo

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País Brasil

O desmatamento da Amazônia é duas vezes maior do que as estatísticas atuais mostram, segundo estudo publicado na revista Science

Um novo método de imagens por satélite foi aplicado por pesquisadores da Carnegie Institution, nos estados Unidos, - com a participação de brasileiros - e captou o efeito do chamado corte seletivo de madeira, no qual a mata em torno é mantida.

As novas estimativas indicam que, de 1999 a 2002, a Amazônia perdeu entre 60% e 128% mais área de floresta do que apontam as estatísticas feitas com base em imagens usuais de satélites, que flagram basicamente as áreas de derrubada para expansão de lavoura e pasto.

O total de árvores cortadas representa de 10 milhões a 15 milhões de toneladas métricas de carbono retirado da atmosfera. O estudo afirma que, assim como a agricultura e a pecuária, os madeireiros causam forte impacto na floresta.

O Sistema de Análise Carnegie Landsat, que teve contribuições da Nasa, permitiu identificar e quantificar as zonas mascaradas pela cobertura vegetal remanescente após o corte seletivo de madeira de lei. Os pesquisadores analisaram pixel a pixel as imagens produzidas por três satélites.

Foram estudadas matas remanescentes em cinco Estados da Amazônia brasileira, determinando-se a porcentagem precisa de áreas pós-corte. Os pesquisadores constataram que o corte de uma árvore provoca sérios danos em seu entorno, que começam com a entrada de pessoas e equipamentos, ampliam-se com a queda de grandes troncos e terminam com o transporte das toras.

As áreas que sofrem o corte seletivo também perdem umidade e ficam predispostas a incêndios, lembraram os autores do estudo. "As selvas que sofrem cortes apresentam danos extraordinários", comentou Gregory Asner, que liderou o estudo.

O trabalho foi financiado pela Carnegie e pela Nasa, e teve a participação de pesquisadores da Embrapa-Amazônia Oriental (Pará), do Serviço Florestal dos Estados Unidos, do Instituto Internacional de Florestas Tropicais, de Porto Rico, e da Universidade New Hampshire (EUA).

Ambiente Brasil, Internet, 20-10-05

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