Consumidor chinês quer soja não transgênica

Idioma Portugués
País Asia

O governo chinês não diferencia a soja transgênica da não transgênica para efeito de pagamento das importações. Mas o consumidor chinês começa a revelar disposição em pagar um adicional pela soja não transgênica, desde que os produtos sejam certificados

O consumidor quer exercer o seu direito para decidir se vai ou não comprar a soja transgênica, disse Lin Yanzhi, vice-presidente do Partido da Província de Jilin. Yanzhi é o chefe de uma delegação chinesa que está em visita ao Paraná para formalizar contatos na área de produção e comercialização de soja. Ontem, a delegação visitou o Porto de Paranaguá e à tarde foi recebida na Assembléia Legislativa, pelo deputado Elton Welter (PT-PR), presidente do Bloco Parlamentar Agropecuário e por Wilson Thiensen, representando a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Durante o encontro, a delegação chinesa manifestou interesse pelo processamento da soja ao longo da cadeia produtiva, particularmente sobre detalhes técnicos de plantio. Eles quiseram saber sobre a produtividade da soja plantada no Estado, nível de óleo e proteína nos grãos, preços, máquinas e fertilizantes utilizados na cultura e tecnologia de variedades. A delegação não descartou a intenção dos chineses comprarem terras para cultivo de soja no Paraná e também na instalação de uma trading para comercialização direta entre o produtor e a China. Yanzhi, salientou, que esse é um assunto de governo e que não iria tratar disso nessa missão. Do Paraná, a delegação segue para a Argentina, que também fornece soja para os chineses.

A delegação esclareceu que no momento interessa formalizar contatos para troca de tecnologia, estudos e cooperação entre a Província de Jilin e o Paraná. Sobre os demais assuntos, o chefe da delegação disse que precisa retornar ao País e manter contatos com empresários da província e com o governo. A província de Jilin está localizada na região central do País, que responde pelas importações e exportações agrícolas da China. Com uma população de 27 milhões de habitantes, a região consome cerca de 500 mil toneladas de soja por ano, sendo que os maiores fornecedores são Estados Unidos, Brasil e Argentina. Como Estados Unidos e Argentina são grandes fornecedores de soja transgênica, os chineses querem conhecer melhor o sistema de cultivo e certificação das lavouras de soja no Paraná.

Segundo o chefe da delegação, o governo chinês está começando a se preocupar com a alimentação dos chineses. Em relação à soja transgênica, disse que se as pessoas não tiverem problemas com o produto eles vão aceitar sem problemas.

Folha de Londrina, Brasil, 14-6-05

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