Maior estudo com transgênicos mostra impacto em pássaro

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O maior estudo até hoje sobre o impacto de lavouras de transgênicos sobre a vida selvagem concluiu que pássaros e abelhas se desenvolvem melhor em campos de colza naturais que em campos de colza transgênica, afirmaram cientistas

LONDRES (Reuters) - Mas os pesquisadores que realizaram o estudo britânico ressaltaram que isso aconteceu não pelo fato de as sementes oleaginosas serem transgênicas, mas pela forma como os agrotóxicos foram aplicados.

"O estudo demonstra a importância dos efeitos do gerenciamento dos herbicidas em relação à vida selvagem nas lavouras e nas áreas adjacentes", disse o pesquisador David Bohan.

Os grupos de ativistas ambientais, no entanto, ficaram horrorizados. "Esses resultados são mais um duro golpe para a indústria da biotecnologia. Cultivar sementes de colza transgênicas teria um impacto negativo na vida selvagem", afirmou Clare Oxborrow, da Friends of the Earth.

O teste fez parte de uma experiência de 9,5 milhões de dólares sobre a tecnologia -- a maior do tipo até hoje.

Cientistas disseram que, comparadas com a colza convencional cultivada no inverno, as plantas transgênicas, resistentes a herbicidas, tiveram no geral o mesmo número de ervas daninhas, com mais gramíneas e menos plantas daninhas de folhas largas.

As flores das plantas daninhas de folhas largas fornecem alimento para os insetos, e suas sementes são uma importante fonte de alimento para outros animais.

Os pesquisadores afirmaram que, apesar de as lavouras transgênicas possuírem menos borboletas e abelhas, a diferença não se deveu ao fato de elas serem geneticamente modificadas, mas sim à maneira como são pulverizadas.

Em outubro de 2003, a mesma pesquisa governamental mostrou que a pulverização de beterrabas transgênicas prejudicava significativamente mais o meio ambiente que a pulverização convencional.

O lobby da biotecnologia, porém, insiste que as lavouras são seguras. "As lavouras transgênicas oferecem um gerenciamento de ervas daninhas mais flexível para os agricultores, e, como mostram os resultados de hoje, a diferença entre o impacto de culturas transgênicas e não-transgênicas sobre a biodiversidade é mínima", disse Tony Combes, vice-presidente do Conselho de Biotecnologia Agrícola, que representa empresas como a Monsanto e a Syngenta.

Apesar de todo esse otimismo, os transgênicos ainda enfrentam forte resistência na Grã-Bretanha, a ponto de não haver nenhum pedido de aprovação de novas sementes geneticamente modificadas.

Fonte: Reuters

POP News, Internet, 21-3-05

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