Brasil: Corredor da soja vira corredor da morte no Tapajós
“Quantos ainda vamos ter que perder em nome do falso desenvolvimento?, indaga a jovem Lorena Medrado, moradora da comunidade e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens".
Moradores da comunidade de Campo Verde, município de Itaituba, bloquearam a rodovia Br 163 na manhã desta quinta-feira (26 de maio) para protestar contra a morte de Sirley Damasceno (38 anos), atropelada por uma carreta no último sábado (21).
A comunidade vem sendo impactada pelo movimento cada vez maior no chamado “corredor da soja”, onde passam em média 2 mil carretas por dia. Elas levam a soja do Mato Grosso até os portos de Miritituba e Santarém para exportação.
“Quantos ainda vamos ter que perder em nome do falso desenvolvimento?”, indaga a jovem Lorena Medrado, moradora da comunidade e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens.
“Somos povos tradicionais e estamos sendo desrespeitados com o avanço do agronegócio que se instala na região do Tapajós. Esse desenvolvimento é pra quê e para quem?”, questiona a estudante Ana Flávia Souza, também do MAB.
“Temos que tomar providências. É isso que temos recebido de contrapartida dos projetos do agronegócio”, diz Celeste Ghizonii, presidente da associação de moradores.
A região do Tapajós é a última fronteira da expansão do capital na Amazônia e vem sendo ameaçada por uma série de grandes projetos como hidrelétricas, mineração, hidrovia para exportação de grãos, entre outros.
Fonte e foto: MAB AMAZONIA