Brasil: Pesquisadores alertam, agrotóxicos podem causar doenças como câncer

Idioma Portugués
País Brasil

Pesquisadores brasileiros dizem que o perigo existe sim. Com o tempo, alguns tipos de agrotóxicos vão se acumulando no organismo e prejudicam a saúde. “Ele pode causar desregulação hormonal, impotência, infertilidade, pode causar má formação fetal. Aumenta o risco de desenvolvimento de câncer também”, explica Fábio Gomes.

Karen Friedrich, professora da Fiocruz, diz algumas pesquisas inclusive mostraram a detecção de agrotóxicos na água da chuva, no leite materno e em alimentos em quantidades que são muito críticas, né? Muito assustadoras, até.

Fábio Gomes, nutricionista do Inca, explica há alguns agrotóxicos, por exemplo, que eles permanecem por gerações no organismo. Então eles passam da mãe pela placenta pro filho.

O Instituto Nacional do Câncer e a Fiocruz defendem o fim gradativo dos agrotóxicos e alertam: não existe dose segura para aplicar os pesticidas.

Mas no Brasil o uso só cresce...
Karen Friedrich, professora da Fiocruz, o Brasil, nos últimos anos, ele se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos.

Fábio Gomes, nutricionista do Inca, quase que triplicou a intensidade do uso por hectare.

Comer mais orgânicos também ajuda a reduzir o uso de agrotóxicos. Além disso, com mais oferta o preço melhora.

“Quanto mais eu vendo, quanto mais eu produzo lá na roça, mais eu consigo oferecer preço para o consumidor final. Esta é a regra do mercado do bem”, diz Anita Santoro, produtora rural.

Mercado do bem que deve crescer alimentado por crianças como Alice, Anna e Arthur, que estão aprendendo desde cedo a valorizar aquele antigo jeito de cultivar a terra.

Número de cooperativas de agricultores de orgânicos cresce no Brasil:

Eldorado do Sul, região metropolitana de Porto Alegre. O trator revira o solo e enterra a palha do arroz -- um adubo natural. Em meio a essa mistura, dezenas de espécies de aves buscam alimentos no solo livre de veneno.

É dessa terra, de pequenos agricultores assentados pela reforma agrária, que saem toneladas de arroz orgânico. Esse ano foram 470 mil sacas, 20% mais que no ano passado.

Cada vez mais cresce o número de agricultores organizados em cooperativas. As áreas de cultivos também se multiplicam: só na Cootap -- cooperativa dos Assentados da região de Porto Alegre -- os 20 hectares iniciais passaram para quase 5 mil, em apenas seis anos. A explicação? O orgânico é um bom negócio. Já são 472 famílias que tiram do arroz boa parte do sustento.

Carlos que tem 20 hectares, divide a terra entre o gado, área de pasto e de lavoura de arroz. Somente com o arroz ele garante uma renda líquida anual de mais de R$ 30 mil.

Sem gastar dinheiro com agrotóxicos e adubos químicos, o custo de produção de arroz orgânico sai pela metade do arroz convencional. E a cooperativa paga aos produtores cerca de 20% a mais do que o preço de mercado.

O arroz da cooperativa vai pra merenda de escolas públicas de São Paulo, feiras e mercados. O arroz limpinho e sem agrotóxicos vem também para o maior grupo hospitalar público do Rio Grande do Sul. Ele serve de base para as 270 mil refeições que são servidas todos os meses. O arroz orgânico é um dos ingredientes do projeto do hospital, que também trata doenças através da alimentação.
“Porque existem estudos que comprovam que resíduos químicos de agrotóxicos podem causar reações alérgicas, respiratórias, problemas neurológicos e em alguns casos até câncer”, explica a nutricionista do Hospital Conceição Simone Perocchin de Souza.

O Seu Breno, que ficou mais de um mês hospitalizado para uma cirurgia de safena, teve alta no dia da gravação do Globo Repórter. Antes de partir, mais uma refeição com arroz orgânico!

Fonte: Globo Repórter

Temas: Agroecología, Agrotóxicos, Salud

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