Agricultores familiares recebem curso de Práticas Agroecológicas como alternativa para o empoderamento camponês

Idioma Portugués
País Brasil
Parte da turma reunida durante o segundo dia de curso. Foto: Klézi Martins / MAB

A atividade aconteceu no distrito de Triunfo, em Candeias do Jamari (RO), e faz parte da luta do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) frente ao avanço do uso de agrotóxicos utilizados pelo agronegócio.

Nos dias 13, 14 e 15 de junho aconteceu no distrito de Triunfo, em Candeias do Jamari (RO), o curso de “Práticas agroecológicas como alternativa para o empoderamento camponês”. Por meio de conteúdos teóricos e práticos, o curso focou em práticas agroecológicas voltadas à confecção de adubos orgânicos e técnicas de regeneração e manutenção do solo, com os dois primeiros dias dedicados ao estudo de insumos orgânicos. Os participantes aprenderam as seguintes técnicas:

  • A utilização de Micro Organismo Eficiente (ME), através da decomposição de matéria orgânica com fungos e bactérias, regenerando o solo e melhorando o desenvolvimento das plantas;
  • “Água de Vidro”, um silicato de potássio com a finalidade de proteger as plantas tanto de insetos quanto das variações climáticas;
  • Calda Sulfocáustica, um pesticida natural usando como base enxofre, cal e água e;
  • Peletização de sementes, uma técnica utilizada para conservação de sementes, empregando clara em neve e pó de rocha como materiais-base.

O curso foi ofertado para a base do Movimento dos Atingios por Barragens (MAB) no distrito e contou com a participação de 30 agricultoras e agricultores, que já produzem com base na agroecologia, estão em processo de transição agroecologia ou querem começar a produzir alimentos livre de agrotóxicos. No último dia, os participantes trabalharam na construção de um novo canteiro, a partir dos conhecimentos compartilhados durante o curso.

“Essas atividades têm como principal objetivo potencializar ao máximo os produtores, trazendo empoderamento através de formações e troca de informações, passando a mensagem que é possível sim produzir mais, em pouco espaço e com qualidade, através do uso de bioinsumos que melhoram a qualidade dos solos e dos alimentos”, explica Givanildo Santos, ministrante do curso, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e agricultor do assentamento Palmares.

“Perpassando por esses caminhos de conservação das sementes crioulas, cuidado com a terra, uso de adubos orgânicos, você terá um retorno em qualidade e quantidade. E um olhar enquanto produtor de que o melhor material é o que está próximo a si e vem da natureza, não o que está disponível nas lojas de insumos químicos. Colocando isso em prática, o produtor vai ter um produto de alta qualidade e baixo custo. Além do cuidado com o solo, que a longo prazo traga retornos em relação a quantidade de produção”, conclui Givanildo Santos.

Registro da confecção coletiva do canteiro com verduras e legumes. Fotos: Klézi Martins / MAB

O curso é dividido em cinco atividades, sendo a primeira realizada em Triunfo e as próximas no Vale do Anari, Espigão do Oeste, Alto Alegre dos Parecis e Regional Centro, todas no estado de Rondônia. O projeto é potencializado pelo Instituto Territórios e Justiça (INTERJUS) e Via Campesina em Rondônia, com apoio do Fundo Casa Socioambiental, em parceria com o Fundo Socioambiental CAIXA (FSA CAIXA). Propondo soluções baseadas na agroecologia, onde o ser humano viva em harmonia com a natureza, para a construção de um futuro ambientalmente sustentável e socialmente justo.

Fonte:  Movimento dos Atingidos por Parabens (MAB)

Temas: Agricultura campesina y prácticas tradicionales, Agroecología, Formación

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