Quintal de agrotóxicos: governo libera mais 51 venenos

Idioma Portugués
País Brasil

Mantendo o ritmo acelerado de aprovações de agrotóxicos, o governo liberou nesta segunda-feira (22) mais 51 venenos no mercado brasileiro, totalizando 290 desde o começo de 2019. Esse volume (1,45 agrotóxico por dia) de aprovações é inédito e preocupante.

Em 200 dias de governo foram liberados 290 novos produtos, ou seja, 1,45 agrotoxico por dia. 

Nunca se liberou tanto agrotóxico no país como nos primeiros meses de 2019. Essa escalada de liberações coloca a população na mira: substâncias altamente ou extremamente tóxicas estão sendo despejadas sobre nossas cabeças.

A posição do governo em relação aos agrotóxicos tem sido uma afronta ao meio ambiente e uma ameaça não somente à saúde da população, como também à própria produção agrícola. É veneno que não acaba mais e um desrespeito sem tamanho à sociedade, que pede mais saúde e alimentos de verdade.

Do agrotóxicos liberados hoje, sete são produtos formulados, ou seja, que podem ser adquiridos em lojas de insumos agrícolas. Utilizado no combate a insetos que atacam frutas e grãos – como a mosca branca e o psilídeo – o princípio ativo sulfoxaflor está em seis desses produtos. O sulfoxaflor é relacionado à diminuição de enxames de abelhas e ainda é estudado fora do país.

Veja lista de outros agrotóxicos perigosos liberados em 2019:

2-4D – classificado como extremamente tóxico e provável carcinogênico, é um herbicida normalmente lembrado como um dos ingredientes do Agente Laranja, utilizado pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Em abril, produtores do Rio Grande do Sul tiveram perdas estimadas em R$ 100 milhões por conta do uso da substância.

Acefato e Atrazina – banidos na Europa, o primeiro foi associado a danos na fertilidade masculina e o segundo é conhecido por possíveis problemas cardíacos em humanos, além de prejudicar a vida sexual de sapos machos.

Dibrometo de diquate – considerado extremamente tóxico pela Anvisa, essa substância é letal se inalada.

Fipronil – banido na Europa desde 2013, tem alta toxicidade e letalidade para as abelhas, provocando danos à sua aprendizagem e memorização.

Glifosato – agrotóxico mais usado no mundo, é classificado pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) como potencialmente cancerígeno para humanos. Também é muito prejudicial às abelhas, pois altera a sua sensibilidade por açúcar e a habilidade de navegação, atrapalhando-as na busca por alimentos e no retorno à colônia.

Fonte: Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida

Temas: Agrotóxicos, Salud

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