Brasil: pesquisas com transgênicos não fariam falta, dizem representantes de camponeses

Idioma Portugués
País Brasil

Brasília - Representantes de movimentos sociais ligados à Via Campesina Brasil negaram hoje (11) que tenham destruído pesquisas desenvolvidas em universidades ou laboratórios particulares. Durante entrevista coletiva, na qual comentaram a jornada de lutas realizada esta semana, com ocupações e manifestações, eles afirmaram que as mudas destruídas em Pernambuco e na Paraíba não significam acabar com toda a pesquisa, pois são apenas uma fase intermediária

Os líderes camponeses de movimentos como o dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Pastoral da Juventude Rural (PJR, afirmaram que as mudas, a exemplo das que foram destruídas em uma ocupação à Aracruz Celulose no Sul do país, faziam parte de testes de ambientação ao clima local e que os dados importantes das pesquisas estavam nos computadores e documentos escritos e não nas plantas.

Nenhum dos militantes negam que os movimentos ocupam hortos e experimentos. “Isso é para denunciar que essas pesquisas que estão aí a serviço do capital não nos interessam, não interessam à soberania do país”, afirmou Rosângela Piovesani, representante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC).

Quando falam de pesquisas de interesse do capital, eles se referem principalmente a pesquisas com sementes transgênicas. “E esse tipo de pesquisa, inclusive, não vai servir em nada para a soberania alimentar nacional, para a soberania energética do povo brasileiro”, disse Maria Costa, do MPA.

Outro representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, Frei Sérgio Görgen, é mais radical quando fala do assunto. “Se desaparecesse toda a pesquisa com transgênicos hoje, a humanidade não perderia nada, muito pouca coisa. Agora, se perder as variedades crioulas, que são as nativas, nós teríamos a nossa soberania alimentar ameaçada”, afirmou. "Está se pesquisando aquilo que nós não precisamos e não está fazendo pesquisa daquilo que é essencial à humanidade”.

Agência Brasil, Brasil, 11-6-08

Comentarios