Brasil: quatro mil pessoas debatem Agroecologia em Francisco Beltrão

Idioma Portugués
País Brasil

De 27 a 30 de Maio organizações, movimentos e camponeses promovem e participam da 8ª Jornada de Agroecologia. Pela primeira vez no Sudoeste do Paraná, o evento faz jus às características produtivas da região, onde a base econômica é a agricultura familiar

De 27 a 30 de Maio organizações, movimentos sociais e camponeses promovem e participam da 8ª Jornada de Agroecologia, que este ano tem o lema "Terra Livre de Transgênicos e sem Agrotóxicos: Construindo o Projeto Popular e Soberano para a Agricultura". Pela primeira vez no Sudoeste do Paraná, o evento faz jus às características produtivas da região, onde a base econômica é a agricultura familiar em pequenas propriedades. Este ano o evento acontece em Francisco Beltrão.

Um dos integrantes da coordenação estadual da Jornada, Edson Bagnara, relata a origem do evento. "Esta é a 8ª edição do evento, teve três em Ponta Grossa, quatro em Cascavel e essa oitava será aqui em Francisco Beltrão. A Jornada de Agroecologia debate um projeto para a agricultura. É uma semana, vêm vários conferencistas e palestrantes que vêm fazer exposições. A gente faz também toda uma mobilização social, um debate com a sociedade sobre o tema, esclarecendo as pessoas. E esse evento foi importante nas oito edições para divulgar e popularizar o termo ’agroecologia’. Em torno disso, as pessoas também buscam as informações do que se trata", diz.

E enfatiza o envolvimento dos movimentos sociais com o cunho da Jornada de Agroecologia, que é debater. "Os movimentos sociais vêm travando uma luta grande. Seja na luta pela reforma agrária, pela distribuição da terra, seja na luta por um modelo agrícola diferente deste modelo agrícola que temos instalado hoje que, na opinião das nossas organizações, é um modelo que exclui, que concentra terra, que concentra as pessoas nos grandes centros urbanos", diz.

Mas ele explica que houve, com o passar do tempo, mudanças nos focos das discussões acerca da agroecologia. "No início o debate sobre a agroecologia era uma discussão mais técnica, onde você discutia o modelo de produção convencional com o modelo de produção sem agrotóxico, sem veneno. Hoje o debate em torno da agroecologia se tornou mais amplo. Ele [a jornada] também discute isso, mas também discute que você não faz agroecologia ’no ar’; precisa ter a terra para fazer agroecologia. Além de levar as pessoas para a terra, você precisa ter infra-estrutura, melhoria de vida, um projeto de desenvolvimento para as pessoas que estão lá. E por falta disso, as comunidades tradicionais estão desaparecendo”, argumenta.

Na quarta-feira (27) pela manhã, estão previstas atividades ligadas à organização como a chegada e o credenciamento das delegações e a distribuição do acampamento e das equipes de trabalho. Logo após, às 09:30h a Via Campesina, que reúne todos os movimentos do campo, promove uma mística de abertura. Ainda no primeiro dia de jornada os participantes, que são cerca de 4 mil esperados, marcham pelas ruas de Francisco Beltrão em defesa da reforma agrária, da soberania alimentar, da agroecologia, das sementes crioulas e da biodiversidade. O ato político será na praça central da cidade.

Larissa Mazaloti é repórter da Rádio Onda Sul, de Francisco Beltrão (PR).

Chasque, Internet, 25-5-09

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