Brasil: Aracruz desmata ilegalmente área de Mata Atlântica no Espírito Santo, denuncia MPA
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) denuncia que a empresa multinacional de papel Aracruz Celulose desmata a Mata Atlântica na cabeceira da nascente do córrego Jacutinga, na cidade de Linhares (ES)
Segundo o movimento, no último dia 16, em apenas 20 minutos foram destruídos mais de três hectares de árvores com mais de seis metros de altura. Na ocasião, trabalhadores rurais conseguiram impedir a passagem de 20 dos 27 tratores que estavam no local. Mulheres e crianças se colocaram em frente às máquinas para evitar o desmatamento.
Segundo o coordenador do movimento, Elias Alves, a ação da Aracruz foi considerada crime ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a atividade foi suspensa.
“O próprio Ibama admite que não existe forma nenhuma de fazer um reflorestamento daquele, da forma como é feita pelo Ibama durante estes últimos trinta anos. Portanto ficou caracterizado como crime e está sob embargo. Nós montamos uma vigília permanente no local e a Aracruz ameaçou de jogar os tratores em cima dos trabalhadores que estavam ali porque eles estavam recolhendo a madeira do lado de baixo, na beira do brejo (onde eles cortaram) e escondendo no meio das toras da área legal onde eles realmente deveriam cortar”.
Segundo o MPA, a escolha da data pela Aracruz para fazer o desmatamento foi estratégica, pois se tratava de semana com feriado e jogo do Brasil na Copa do Mundo, o que desviava as atenções do Ibama, da mídia e da sociedade.
A Empresa Aracruz – uma das maiores do setor de madeira, celulose e papel do mundo – detém mais de 260 mil hectares de áreas plantadas no Espírito Santo. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia. A empresa é proprietária de cerca de 3% do território do Espírito Santo e já foi denunciada diversas vezes pelo desmatamento e expulsão de aldeias indígenas no estado.