Brasil: CPT quer mais combate ao trabalho escravo

Idioma Portugués
País Brasil

No ano de 2006, mais de 3,2 mil trabalhadores rurais foram encontrados em situação de escravidão em todo o Brasil

As informações do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que o número de trabalhadores libertadores alcançou um recorde no ano passado. Foi a primeira vez também que um fazendeiro do Rio Grande do Sul foi incluído na chamada "lista suja", que elenca os empregadores flagrados mantendo trabalhadores em condições de escravo.

A lista, divulgada em dezembro passado pelo Ministério do Trabalho, publica o nome de 170 fazendeiros de todo o país. Para combater esta prática, o Governo Federal criou em 2003 o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Porém, para Xavier Plassat, coordenador nacional da CPT (Comissão Pastoral da Terra), a política de combate ao trabalho escravo no Brasil precisa avançar.

"Estamos com uma inquietação, pois verificamos que enquanto tentamos combater o trabalho escravo em determinados setores, situações novas em regiões inéditas aparecem. Isso é um sinal que não há por parte do poder público e dos setores profissionais uma vontade suficiente de acabar com o trabalho escravo. Há a política cega de liberalismo total. É evidente que falta coerência na política pública", afirma Plassat.

O coordenador da CPT explica ainda que a luta contra a escravidão no país deve unir toda a sociedade: "'é a dignidade de cada um que está em jogo. No fundo esse é um foco de luta para transformação social que deve animar todos os movimentos sociais. Se tivermos essa consciência poderíamos avançar muito mais."

Em 2006, quem liderou a lista de trabalho escravo foi o Pará, com mais de 35% dos casos.

MST Brasil, Internet, 10-1-07

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