Brasil: Via Campesina promete continuar ocupação do campo experimental da Syngenta

Idioma Portugués
País Brasil

A Via Campesina que há quatro meses ocupa um campo experimental, com testes de reprodução de soja e milho transgênicos da multinacional Syngenta no Oeste do Paraná, promete continuar a mobilização

Esta semana, a empresa - lider em sementes e defensivos agrícolas do Brasil - afirmou em entrevista a ao jornal O Estado de S.Paulo, que está reavaliando seus planos de investimentos no país, devido aos prejuízos financeiros causados com a ocupação da Via Campesina. A empresa que fatura R$ 8 bilhões por ano no mercado mundial, diz que teve prejuízos de cerca de US$ 1,5 milhão com a ocupação.

Para Altacir Bunde, da direção do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), os prejuízos são insignificantes para a Syngenta. “A alegação não chega perto dos prejuízos que a empresa tem causado ao meio ambiente".

A Via Campesina reivindica que a área ocupada pelos camponeses seja transformada para abrigar um laboratório de sementes crioulas. Em março deste ano, a Via Campesina denunciou o cultivo ilegal de transgênicos da Syngente, na área localizada a 6 km do Parque Nacional do Iguaçu. De acordo com o artigo 11 da lei 10.814/2003, esta prática constitui crime ambiental – que proibe o plantio de sementes de soja transgênica nas áreas de unidades de conservações e respectivas zonas de amortecimento.

Enquanto a Syngenta é responsável pelo maior caso de contaminação genética já comprovado no mundo, os camponeses lutam em defesa da biodiversidade. "Vamos continuar lutando contra as multinacionais, principalmente as do ramo de transgênicos, e intensificaremos nossas mobilizações”, afirma Altacir.

Movimento dos Pequenos Agricultores, Internet, 4-7-06

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