Brasil: devastação de 40% da caatinga preocupa ambientalistas
A produção dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no final de 2006, apontou que cerca de 40% da vegetação nativa da caatinga foi devastada
Durante esta semana, ambientalistas reuniram-se num seminário em Recife (PE), organizado pela Rede de Manejo Florestal da Caatinga, para mostrar os resultados de trabalhos que visam usar os recursos da caatinga de forma sustentável.
O diretor do departamento de florestas do MMA, Leonel Pereira, afirmou que as principais causas do desmatamento são a agricultura, o crescimento das cidades e o uso dos recursos florestais para atividades industriais. Mas, para o diretor, os estudos feitos pela rede há 20 anos apresentam alternativas.
“O que essa rede de manejo está trabalhando é, justamente, mostrar que você pode usar a caatinga sim, para todos estes usos, mas de forma sustentável, a partir de técnicas de manejo. Você separa a sua fazenda em faixas, que eles chamam de parcela ou talhões. Aí você usa um talhão, você faz o corte, sem prejudicar as raízes e 12 anos depois a caatinga está toda de volta naquele lugar”.
Segundo Pereira, as técnicas de manejo florestal podem, por exemplo, garantir que a demanda de seis milhões de metros cúbicos de lenha da região nordeste seja atendida, sem acabar com a vegetação. Mas atualmente 90% desta lenha é retirada de áreas não-autorizadas.
Pereira afirmou que um dos desafios agora é capacitar pessoas para agilizar a aprovação dos planos de manejo sustentável. De acordo com o diretor, muitas pessoas optam pelo desmatamento, e não pelo manejo florestal, porque há menos exigências para se conseguir a autorização.
De São Paulo, Vinicius Mansur.