Brasil: instituto de pesquisa ambiental prevê que em 50 anos a Amazônia estará reduzida à metade

Idioma Portugués
País Brasil

Em 50 anos, a Amazônia poderá ser reduzida à metade e seis grandes bacias hidrográficas regionais perderão mais de 60% da cobertura florestal

Esse cenário foi apontado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), caso não sejam adotadas medidas que promovam o desenvolvimento sustentável local.

A estimativa está na conclusão do projeto Cenários para a Amazônia, desenvolvido pelo instituto e apresentado hoje (11) no encontro A Amazônia e a nova economia global: como gerir o desmatamento em uma nova era?, iniciado ontem (10).

Segundo o diretor do Ipam e coordenador do projeto, Daniel Nepstad, grande parte da depredação e da redução de recursos naturais na Amazônia poderia ser evitada por meio de um "bom planejamento, do fortalecimento de grupos que têm propostas de desenvolvimento sustentável da região e por meio de negociação". Ele observou que "novas práticas de gestão ambiental poderão se ramificar na região e com isso fortalecer os grupos para elaboração de propostas mais coerentes e mais factíveis"

Na avaliação do diretor do Programa Nacional de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, que participou do encontro, existem maneiras de adequar a questão econômica à preservação florestal da Amazônia. "As políticas que estão sendo propostas tentam estabelecer a idéia de usar a floresta sustentavelmente. A lei de gestão de florestas públicas prevê isso, assim como as políticas voltadas para as populações tradicionais e o fortalecimento delas, os mecanismos de crédito focados na questão da atividade sustentável. Ou seja, fortalecer as políticas que façam com que a floresta em pé valha a pena", argumentou.

Azevedo citou o exemplo de uma reserva extrativista onde, em vez do desmatamento, há a exploração sustentável da borracha, com a extração de látex, e a produção de castanha: "São todas formas de extrair produtos da floresta, mas com as árvores em pé, ou seja, sem desmatar e utilizando esses produtos para então gerar renda e emprego. Se você tem esse mecanismo que gera renda com o uso da floresta, ele faz com que você não deseje tirar a floresta para depois poder plantar alguma coisa e, posteriormente, gerar renda".

Ainda de acordo com o diretor do Programa Nacional de Florestas, até as madeireiras podem realizar o manejo sustentável. "Numa área de mais ou menos um hectare, equivalente a um campo de futebol, que tem cerca de mil árvores jovens e umas duzentas adultas, poderão ser extraídas de cinco a seis árvores adultas a cada 30 anos", disse.

Agência Brasil, Internet, 11-5-06

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