Brasil: problema da reforma agrária é político e não econômico, afirma MST

Idioma Portugués
País Brasil

As últimas declarações do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), sobre reforma agrária, não agradaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por causa de um suposto alto custo, Serra considerou que uma reforma agrária bem-feita seria impossível e, por isso, esta pauta histórica da esquerda já estaria ultrapassada

Para Soraia Soriano, da coordenação nacional do MST, a luta pela reforma não está ultrapassada, uma vez que o problema da concentração de terras no Brasil, ainda persiste. Soraia também discorda da inviabilidade econômica da reforma agrária. Para ela, o problema, antes de ser econômico, é político.

“O governo diz que não é possível fazer reforma agrária, no entanto, continua direcionando recursos para o campo, mas para o grande produtor. Eles estão legalizando as terras griladas por fazendeiros que são devolutas, que são do Estado, no Pontal [região oeste do estado de São Paulo]. Eles, ao legalizarem isso, também vão gastar muitos recursos. Quer dizer, para a reforma agrária não tem dinheiro, mas para os latifundiários tem recurso.”

Legalizar terras devolutas no Pontal do Paranapanema acima de 500 hectares é o objetivo de um projeto de lei enviado pelo governador José Serra à Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo dados do governo do estado, cerca de 400 mil hectares são comprovadamente de terras devolutas na região, invadidas irregularmente por grandes fazendeiros. O MST defende que elas sejam utilizadas para reforma agrária.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur

RadioagênciaNP, Brasil, 26-06-07

 

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