Brasil: ruralistas querem baratear herbicida altamente tóxico

Idioma Portugués
País Brasil

A Comissão de Agricultura enviou um ofício à Câmara de Comércio Exterior recentemente solicitando a não renovação da tarifa sobre o glifosato chinês. A substância é matéria-prima do herbicida Roundup. Porém, este produto foi taxado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como altamente tóxico

De acordo com o deputado federal Adão Pretto (PT-RS), o objetivo da Comissão de Agricultura, liderada por deputados ligados ao agronegócio, é baratear o herbicida, que é patenteado pela multinacional Monsanto e é usado em plantações de soja transgênica.

“Eles estão entre a faca e a parede, eles defenderam o transgênico com tanta veemência. Agora eles estão vendo que o próprio agricultor está sentindo que não é viável plantar transgênico, então eles começam a lutar para diminuir o preço para que fique mais viável, ao menos economicamente, porque com a saúde do povo, com o meio ambiente eles não estão nem preocupados”.

Segundo a Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA) o consumo do Roundup tende a aumentar em muito pouco tempo, tornando a produção cada vez mais custosa. As plantas rapidamente adquirem resistência ao produto, forçando os agricultores a usar quantidades cada vez maiores do veneno para garantir sua eficácia.

Assim, a ASPTA alega que a utilização crescente do Roundup, além elevar as despesas do produtor e, consequentemente, aumentar o preço dos alimentos, também aumenta os riscos à saúde da população que os consome.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, demonstrações científicas com o Roundup alertaram sobre seus efeitos cancerígenos, a contaminação de alimentos e a persistência do veneno no solo e em cultivos.

De São Paulo, Vinicius Mansur.

RadioagênciaNP, Brasil, 19-02-08

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