Ecuador: governo pressionado

Por ADITAL
Idioma Portugués
País Ecuador

Desde as zero hora desta terça-feira, 14, centenas de indígenas e camponeses saíram a bloquear as vias principais das províncias de Cotopaxi, Tungurahua e Bolívar

Ao norte de Quito, em Cayambe e Cangahua, os manifestantes fecharam as vias. Também se anuncia que uma marcha de representantes dos povos avança desde Puyo e que chegará a Quito na próxima terça-feira, 21.

Segundo informações da agência Altercom, outras províncias anunciam que se unirão progressivamente ao protesto nacional contra a assinatura anunciada pelo presidente transitório, Alfredo Palácio, do Tratado de Livre Comercio (TLC) com os Estados Unidos.

O protesto também se dá pela "ambigüidade" do governo ao tratar da caducidade do contrato com a transnacional petroleira OCCIDENTAL ou OXY, a mesma que foi acusada pelo Procurador do Estado de violar as leis e as normas contratuais. Assim também os povos indígenas e não indígenas da Amazônia têm respaldado a mobilização exigindo o fim da depredação ambiental, a remediação, as indenizações justas pelo oleoduto de óleos crus pesados, renegociação dos contratos petroleiros, atenção às populações e municípios por parte das transnacionais, entre outros.

O terceiro ponto da jornada é a exigência ao governo de não conduzir o país à política anti-terrorista proposta por George W. Bush e Álvaro Uribe, da Colombia, com a qual se busca envolver as Forças Armadas equatorianas e a juventude na ingerência regional militar estadunidense. Se exige a saída imediata dos soldados e de seus aviões da base aérea Eloy Alfaro, de Manta.

A tudo isto se soma o que as organizações sociais denominam de uma traição do Executivo ao pedido popular de refundar o país com uma Assembléia Constituinte.

Também dezenas de camponeses que pertencem ao Seguro Social Camponês, tomaram na manhã de ontem, 14, a Catedral Metropolitana de Quito. A ação tem como objetivo dar visibilidade à luta contra o TLC, a OXY e o Plano Colômbia, e aderir às jornadas de protesto que se iniciam em todo o Equador.

Organizações indígenas, camponesas e de trabalhadores de Carchi, Imbabura, Cañar, Pastaza, Sucumbíos e Orellana anunciaram que, a partir de hoje, se somam ao levante. Os agricultores manifestaram que iniciarão um bloqueio da provisão de produtos para as cidades.

ADITAL, Internet, 15-3-06

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