Brasil: Ibama denuncia ações paramilitares de ONG no Pará

Idioma Portugués
País Brasil

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária denuncia entidade ligada ao maior latifundiário e grileiro do país, Cecílio Rego de Almeida, dono da empreiteira CR Almeida, considerada o quarto maior grupo econômico privado do Brasil e a principal construtora

Segundo funcionários de Ibama, o processo de criação de duas reservas extrativistas na região da Terra do Meio, em Altamira (PA), está sendo adiado por ações de pessoas da ONG Bio Ambiente - explicitamente relacionada ao empresário - de intimidar e confundir a comunidade.

O objetivo seria colocar a população contra a criação das reservas, as chamadas Resex. Serão duas áreas às margens do Rio Xingu e Irerê, que têm como objetivo proteger uma das últimas reservas de mogno da região e minimizar os conflitos agrários e a devastação na Terra do Meio, conhecida como a área mais violenta do estado.

Alexandre Cordeiro, chefe do Centro Nacional de Populações Tradicionais (CNPT) do Ibama, as pessoas ligadas à ONG andam com fardas muito parecidas com às da Polícia Federal e agem como verdadeiros paramilitares, vigiando a comunidade e dizendo que as reservas proibirão a pesca, a caça e a extradição de madeira, fontes de renda da maioria das pessoas na região.

A ONG Bio Ambiente defende que a gestão da floresta seja feita pela CR Almeida, demonstrando claros interesses na privatização da mata. Almeida se diz dono de duas áreas amazônicas totalizando mais de 6 milhões de hectares, o equivalente, segundo ele, ao tamanho de duas Bélgicas, na Europa.

Para Cordeiro é evidente o objetivo da ONG de desconstruir o trabalho do Ibama. Mas fica claro também a ausência do Estado na região para coibir a ação de madeireiros e grileiros e para apoiar as comunidades locais contra grupos e milícias ligadas aos latifúndios. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) nos últimos anos mais de 60 famílias foram expulsas por ações de latifundiários nas margens dos rios Xingu e Irerê.

Fonte: Últimas do MST

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