Brasil: Sem Terra acampados na Cutrale realizam ato político por Reforma Agrária em Bauru

Idioma Portugués
País Brasil

As famílias Sem Terra que estão acampadas desde o último domingo (2) na Fazenda Santo Henrique, grilada pela empresa Cutrale, realizam um ato político pela Reforma Agrária na cidade de Bauru, nesta quarta-feira (5), às 14h.

O recente assassinato do indígena do povo Terena, Oziel Gabriel, no município de Sidrolândia (MS), trouxe à tona um conflito permanente no campo: a tensão entre a hegemonia do agronegócio e as lutas históricas por Reforma Agrária, demarcação das terras indígenas, direitos das comunidades quilombolas, povos da floresta, pescadores artesanais, pequenos agricultores, extrativistas e atingidos pela mineração e por barragens.

Nesse sentido, os Sem Terra acreditam que é necessário recolocar a Reforma Agrária no centro do debate político, tendo como principais pautas a judicialização da questão agrária, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, pelo fim dos massacres no campo, o assentamento imediato das 90 mil famílias acampadas e pela arrecadação das terras públicas para a Reforma Agrária, como o caso da Cutrale.

Pistoleiros ameaçam Sem Terra que ocupam fazenda grilada pela Cutrale

As famílias Sem Terra que estão acampadas desde domingo (2) na Fazenda Santo Henrique, grilada pela empresa Cutrale, na região de Iaras (SP), foram ameaçadas por pistoleiros na manhã dessa segunda-feira (3). Os Sem Terra relatam que um carro com dois homens foi até o portão principal da empresa, e um dos homens saiu do veículo com um capuz preto e com uma arma na cintura. Com as mãos sobre a arma, tentou entrar à força na fazenda num claro gesto de ameaça. A ação só não teve um desfecho pior por causa da presença de uma equipe de TV que estava no local, cobrindo a ocupação. Intimidados, os homens acabaram indo embora, mas prometeram voltar. “Episódios como este, revelam uma prática constante do agronegócio: o uso de várias formas de violência seja de caráter físico ou psicológico. Não vamos admitir que os movimentos sociais continuem sendo intimidados, perseguidos e criminalizados”, disse uma nota soltada pelos Sem Terra.

Ocupação

Cerca de 300 pessoas ocuparam a unidade da Cutrale em Borebi, Iaras e Lençois Paulista, neste último domingo (2). A empresa fica na Fazenda Santo Henrique, uma área de 2,6 mil hectares que pertence à União e que foi grilada pela Cutrale. Em 2005, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) notificou a empresa para que desocupasse a área, já que as terras tinham sido reconhecidas como públicas. A Cutrale, no entanto, ignorou a notificação. A Fazenda Santo Henrique faz parte do conhecido Núcleo Colonial Monções, que tem cerca de 40 mil hectares, reconhecidos como terras pertencentes à União. Além da grilagem de terras públicas, os trabalhadores e trabalhadoras rurais também denunciam o envolvimento da Cutrale com vários danos ambientais, trabalhistas e sociais.

Contatos:

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Temas: Crisis capitalista / Alternativas de los pueblos

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