Para o MPA de Rondônia, 5 de Setembro – Dia da Amazônia é dia de grito em defesa da Amazônia
O bioma de maior biodiversidade do planeta se estende por nove países da América do Sul e tem mais da metade da sua área dentro do Brasil. A data não foi escolhida por acaso. Ela coincide com a criação da província do Amazonas por D. Pedro II, em 5 de setembro de 1850.
Para marcar o Dia da Amazônia, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) de Rondônia editou um panfleto frente e verso, de quatro páginas, de tamanho meio ofício, intitulado “Dia da Amazônia – Nossa Casa Comum”.
Em seus textos, o panfleto denuncia os responsáveis pela devastação da Amazônia e aponta que os mais atingidos são os pequenos agricultores, os povos indígenas, os ribeirinhos, os quilombolas, com secas, enchentes, queimadas, perda de safra e ameaças à nossa soberania alimentar.

Eis o conteúdo do panfleto:
5 de Setembro – DIA DA AMAZÔNIA – Nossa casa Comum
Vivemos um momento onde a crise climática é uma realidade que ameaça a vida. No brasil, os principais responsáveis por essa devastação é o agronegocio, as mineradoras e as industrias poluentes, que colocam o lucro acima da vida, enquanto isso, nós, pequenos agricultores, comunidades quilombolas, indígenas e atingidos somos os que mais sofrem com as consequências: secas, enchentes, queimadas, perda de safras e ameaças à nossa soberania alimentar.
O dia 5 de setembro – dia de defesa da amazonia, e o grito dos excluídos, vem dizer que além de necessário é possível rever esta realidade se buscarmos a resposta nos mais atingidos, povos indígenas, ribeirinhos, tradicionais e na agricultura camponesa!
QUEM CONTRIBUI PARA A CRISE CLIMÁTICA NO BRASIL? QUEM DESTROI O MEIO AMBIENTE?
AGRONEGÓCIO
O desmatamento na Amazônia é impulsionado pela expansão das monoculturas de soja e pastagens para gado. Segundo o INPE (instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2022, o desmatamento na Amazônia atingiu 11.568 km2, o maior índice em 15 anos. O uso intensivo de agrotóxicos contamina solos, rios e lençóis freáticos. O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, utilizando mais de 500 mil toneladas por ano (ABRASCO, 2022). Segundo estudo do Observatório do Clima, o setor agropecuário é responsável por 74% das emissões de gases de efeito Estufa no Brasil.
MINERADORAS
A mineração ilegal e predatória, principalmente na Amazônia destrói florestas e contamina rios com mercúrio. Em 2021, o garimpo ilegal avançou 46% em terras indígenas (ISA, 2022). Tragédias como o rompimento das barragens om Mariana (2015) Brumadinho (2015) causaram mortes destruição de comunidades e poluição irreversível.
INDÚSTRIAS POLUENTES
A indústria de combustíveis fósseis e a queima de carvão são grande3s emissoras de gases de efeito estufa. O Brasil é o sexto maior emissor de CO2 do mundo, com o setor de energia contribuindo com 34% das emissões (SEEG, 2022).
QUEM SOFRE COM A CRISE CLIMÁTICA
• Pequenos Agricultores: Secas prolongadas, enchentes e pragas afetam diretamente nossa produção, ameaçando a segurança alimentar do país;
• Comunidades Tradicionais: Povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos têm suas terras invadidas e seus modos de vida destruídos;
• População Urbana: Enchentes, deslizamentos e a falta de água potável são cada vez mais frequentes nas cidades. Alimentos mais caros, ou aumento de consumo de ultra processados.
QUEM LUTA POR SOLUÇÕES? NÓS. E QUAIS SÃO AS SOLUÇÕES QUE PROPOMOS?
Agroecologia e Soberania Alimentar: Propomos um modelo de produção que nutre tanto as pessoas quanto a terra. A Agroecologia vai além da sustentabilidade; ela é um caminho para a Soberania Alimentar, garantindo que as comunidades tenham o controle sobre o que comem, produzindo alimentos saudáveis e acessíveis, livres de agrotóxicos.
Transição energética e econômica: Que tenha a participação direta das comunidades atingidas, garantindo que as políticas públicas sejam justas e que os direitos culturais e territoriais sejam respeitados, ao invés de reproduzir o modelo capitalista que beneficia apenas potências econômicas;
Direitos das Pessoas Atingidas: Garantir segurança e dignidade para quem sofre com a construção de grandes empreendimentos e crise climática. Indenização, moradia, comida e água não são privilégios, são direitos.
Reforma Agrária Popular: Distribuir a terra de forma justa para quem nela trabalha. Isso inclui a demarcação das terras indígenas e o reconhecimento dos territórios tradicionais, promovendo justiça social e ambiental.
Proteção dos Biomas: Combater o desmatamento, as queimadas e a grilagem. Priorizar a vida e o meio ambiente acima do lucro, com leis que protejam nossos biomas e a biodiversidade.
A LUTA PELA TERRA, PELA ÁGUA E PELA SOBERANIA ALIMENTAR É A LUTA DE TODOS NÓS!
POR QUE A AMAZÔNIA É IMPORTANTE?
– Por milhões de anos, povos Indígenas plantaram e a cultivaram essa floresta, fazendo dela sua casa. humanidade tem essa dívida com esses povos;
– É a maior floresta tropical do mundo;
– Responsável por regula o clima global;
– Abriga milhões de espécies de plantas e animais;
– Fundamental para o ciclo das águas e chuvas no Brasil.
NÚMEROS ALARMANTES
Amazônia já perdeu de 40% a 50% da sua capacidade de bombear e reciclar água (àinel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas – IPCC)
A Amazônia já perdeu cerca de 20% de sua cobertura original. Em 2022 foram destruídos mais de 10.000 Km2. (Dados do PRODES)
EM DEFESA DA VIDA
Pela Amazônia, pela Democracia, pelos Direitos de Todos!
VAMOS JUNTOS CONSTRUIR UM BRASIL JUSTO, LIVRE E QUE CUIDE DE SUA GENTE E DE SUA CASA!
A LUTA NÃO É SÓ NO 5 DE SETEMBRO OU NO 7 DE SETEMBRO, É TODO DIA:
Na periferia, organizando o mutirão,
No campo, plantando alimento saudável e resistindo;
Nas redes, combatendo a desinformação.