"Está em curso, no Brasil, uma concentração da propriedade da terra". Entrevista especial com João Pedro Stédile
“Ganhe quem ganhe, continuará tudo igual. Só espero que não ganhe o Aécio, porque aí seria uma guerra”, diz o líder do MST.
A luta pela reforma agrária, que durante os séculos XIX e XX visava o combate ao latifúndio para democratizar o acesso à terra, hoje, tem outros adversários: “o capital financeiro, que domina a produção agrícola, as grandes empresas transnacionais e, óbvio, os fazendeiros que se modernizaram e aderiram a essa aliança”, esclarece João Pedro Stédile à IHU On-Line. Esses atores, que formariam a nova classe dominante do campo, se somam aos meios de comunicação para justificar “ideologicamente à população que o agronegócio é a única alternativa possível, que ele sustenta o Brasil, que produz alimentos baratos, etc.”, pontua.
Na entrevista a seguir, concedida pessoalmente, quando esteve na Unisinos, Stédile explica quais são as análises internas do MST em relação à reforma agrária, avalia os 12 anos dos governos Lula e Dilma e rebate as críticas, recebidas por setores intelectuais, de que os movimentos sociais foram cooptados pelo Estado a partir da ascensão do PT à presidência.
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