Brasil: Seminário discute uso de agrotóxicos e cria Frente Parlamentar em defesa da alimentação saudável no RS

Idioma Portugués
País Brasil

“O uso de veneno na produção de alimentos representa um sério problema de saúde pública. Por isso estamos chamando a sociedade para criarmos uma consciência coletiva”, explicou o deputado Edegar Pretto.

O seminário “A Realidade e as Consequências do Uso de Agrotóxicos no Rio Grande do Sul e no Brasil” discutiu a produção de alimentos saudáveis, na Assembleia Legislativa do estado, na manhã desta sexta-feira (7). Segundo o deputado estadual Edegar Pretto, o objetivo do seminário foi reforçar o alerta à sociedade sobre os malefícios do uso dos agrotóxicos e discutir alternativas e políticas públicas que estimulem outros modelos de produção, diferente do atual.

“O uso de veneno na produção de alimentos representa um sério problema de saúde pública. Por isso estamos chamando a sociedade para criarmos uma consciência coletiva”, explicou.

Durante o atividade também foi lançada a Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Alimentação Saudável. Em sua fala durante o painel de abertura, Pretto, que é presidente desta frente parlamentar, destacou que durante muito tempo a mídia propagou que a produção agroecológica era para poucos ativistas militantes e que não era viável produzir desta maneira, priorizando a produção em larga escala com uso abundante de agrotóxicos.

"Esta lógica permeou os debates nos últimos tempos e não permitiu que a população soubesse que o nosso Brasil, desde 2008, é o maior consumidor de veneno do mundo e que o nosso Rio Grande do Sul está acima da média nacional. E nós continuamos nos vangloriando de sermos um país e um estado produtor e deixamos que os consumidores e a população, sem as informações verdadeiras, levem para as suas casas a doença e não a saúde", alertou Pretto.

Já o deputado federal Dionilso Marcon (PT/RS), destacou que o objetivo do seminário é ampliar a consciência da sociedade sobre os males causados pela utilização de agrotóxicos na produção agrícola. Ele declarou quem neste ano, no Brasil, mais de meio milhão de pessoas provavelmente serão diagnosticadas com câncer e criticou a utilização em larga escala no Brasil de venenos já proibidos na União Europeia e nos Estados Unidos.

O evento, organizado pelos mandatos dos deputados estadual Edegar Pretto e federal Dionílso Marcon, ambos do PT, teve a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e de movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Federação Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).

“As pessoas precisam compreender que estão sendo envenenadas e a sociedade civil e órgãos públicos devem ser aliados no combate ao uso abusivo de venenos, que só traz complicações à saúde, gera a degradação do meio ambiente e dos bens da natureza. Essa luta deve ser diária, permanente e do conjunto da sociedade”, declarou a dirigente nacional do MST, Sílvia Reis Marques.

A iniciativa também contou com painéis com representantes dos ministérios da Saúde e Desenvolvimento Agrário, Secretaria de Saúde do Estado e Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan).

Foto: Reprodução/Alergs.

Fonte: Brasil de Fato

Temas: Agrotóxicos, Salud, Sistema alimentario mundial

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