Brasil: nota de repudio ao ministro do Desenvolvimento Agrário, em apoio as mulheres da Via Campesina

Idioma Portugués
País Brasil

“O que fere a consciência democrática de todos os brasileiros”é a concentração de terras e o latifúndio financiados à custa de miséria e pobreza do povo brasileiro

A Rede Alerta contra o Deserto Verde é uma rede ampla, da sociedade civil, composto de entidades, movimentos, comunidades locais, sindicatos, igrejas e cidadãos, de cinco estados brasileiro, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, preocupados, com a contínua expansão das plantações de eucalipto, assim como a venda de "créditos de carbono". A Rede mostra a viabilidade de modelos alternativos de desenvolvimento que têm sido implementados localmente por vários movimentos e comunidades que participam da Rede.

A REDE é informal, ou seja, não tem diretor, nem coordenador, e consiste de comunidades e apoiadores (igrejas, ONGs, sindicatos, movimentos sociais, etc.); existe apenas uma atividade regular: os encontros nacionais. Até agora foram 4 encontros nacionais (02 no Espírito Santo, 01 na Bahia e 01 em Minas Gerais).

As entidades que compõem a REDE ALERTA CONTRA O DESERTO VERDE apóiam as mulheres da Via Campesina por entender que:

- “ o que fere a consciência democrática de todos os brasileiros” é usar o dinheiro do povo brasileiro através do BNDES e até do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para financiar a monocultura de eucalipto que expulsa os trabalhadores da terra e os obriga a viver nas periferias das cidades, aumentando os bolsões de miséria;

-“ o que fere a consciência democrática de todos os brasileiros” é o aumento da violência e prostituição que cresce vertiginosamente no entorno das plantações de eucalipto e fábricas de celulose;

-“ o que fere a consciência democrática de todos os brasileiros” é a concentração de terras e o latifúndio financiados à custa de miséria e pobreza do povo brasileiro;

-“ o que fere a consciência democrática de todos os brasileiros” é a redução violenta da biodiversidade, exterminação da fauna e flora brasileira, diminuição do volume de água nos locais do plantio, contaminação do solo e da água dos rios e córregos pelo uso exagerado de herbicidas e outros tóxicos, provocando um grande desequilíbrio biológico com a infestação de pragas que atingem as residências e as produções agropecuárias da população vizinha ao eucaliptal;

-“ o que fere a consciência democrática de todos os brasileiros” é a falta de respeito com as populações tradicionais, índios e quilombolas que em algumas partes do país tem seu território invadido por empresas de celulose;

Diante disto tudo, é que nós indígenas (Pataxó, Tupiniquim e Guarani), quilombolas, geraiszeiros, campesinos, trabalhadores rurais sem terra, pescadores, sindicalistas, biólogos, geógrafos, engenheiros florestais, advogados, artistas, ONGs da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul Pará e também do Equador, Uruguai, Costa Rica assinamos este documento INDIGNADOS com a declaração do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.

DIGA NÃO AO DESERTO VERDE

Comentarios