Tudo sobre as decisões do Seminário Nacional LGBT+ da Via Campesina no TV MPA
Na terça-feira, 5 de agosto, o programa TV MPA em parceria com a TV Comunitária de Brasília, apresentado pelo jornalista Paulo Miranda e pelo Coordenador Nacional de Comunicação do MPA, Valter Israel, discutiu o 4º Seminário Nacional LGBT+ da Via Campesina, que foi realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, no município de Guararema, em São Paulo.
Para falar sobre o evento, os apresentadores receberam o integrante do GT LGBTI+ do MPA, Gabriel Laurindo. O evento reuniu pessoas LGBTI+ do campo, das águas e da floresta.
Gabriel Laurindo ressalta que esse é um debate que vai além de uma simples visibilidade, pois aborda a saúde pública e o direito à existência.
“A gente sabe que o Brasil é um dos países que mais mata LGBT no mundo, então queremos trazer uma nova cartilha de campanha contra a LGBTfobia no campo para buscar combater violências nos assentamentos, nas pequenas agriculturas e trazer uma formação política das pessoas na Via Campesina sobre a diversidade”, afirma.
De acordo com Laurindo, sua equipe tem se reunido para pensar cartilhas e materiais que possibilitem o diálogo com a base e até mesmo com as direções do movimento. Ele entende que é importante realizar esse debate para identificar as pessoas e fortalecer esses corpos LGBTs que já sofrem com violência estrutural e invisibilidade histórica.
Segundo o integrante do GT LGBTI+ do MPA, eles também querem construir uma plataforma para que possam ter subsídios para financiar as ações da campanha. “Essa plataforma servirá para fazermos um enfrentamento conjunto e uma política pública voltada para as minorias. Com isso, teremos forças para pautar as nossas políticas, seja no campo ou na cidade. Então, a cartilha vem nesse sentido de trazer luz, consciência e informação a fim de fazer esse enfrentamento das violências que esses corpos sofrem”, esclarece.
Gabriel Laurindo, o convidado da edição, diz ainda que eles já têm uma cartilha estruturada e que o coletivo pretende estreitar o debate, trazendo o protagonismo e a integração com outras lutas. “A ideia agora é que a gente renove a cartilha, pois ela é de 2020 e esse debate já avançou até 2025 e temos contribuições de alguns movimentos que precisam estar dentro da cartilha. O objetivo é quebrar barreiras internas para trazer uma visibilidade para esses corpos LGBT”, pontua.
“Os movimentos do campo têm se organizado em coletivos, juntando as pessoas que se entendem enquanto diversidade do campo para debater isso. Atualmente, no MPA, temos um grupo de pessoas dentro do coletivo de gênero, pois entendemos que esse tema precisa ser abordado em conjunto. Compreendemos que os LGBTs não são algo à parte da luta de gênero, mas sim algo que integra”, reforça.