O problema está no sistema e não no clima

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Nesta terça-feira (8/12) começaram realmente as atividades sobre as mudanças climáticas em Copenhague. E há claramente dois centros de debate. Um, o espaço oficial (COP 15), local da democracia representativa, cercado com arames farpados e policiais, com suas delegações diplomáticas repletas de grandes transnacionais do ramo da construção civil, dos automóveis, dos alimentos, e muitos mais. Outro, o Clima Fórum, uma efervescente reunião de movimentos sociais e organizações não-governamentais.

Enquanto a COP 15 já dá sinais de fracasso, mesmo com a presença de 110 líderes de países, o Clima Fórum inicia suas atividades com um documento que será escrito coletivamente e, no dia 15/12, entregue à conferencia oficial. O título não poderia ser mais claro: Mudar o Sistema - Não Mudar o Clima!

Após alguns anos de falsas propostas, de desencontros e posições controversas, a consciência social em nível mundial parece estar se consolidando. Os consensos iniciais já são grandiosos: não aos agrocombustíveis, aos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), às cotas de caborno e o mercado de caborno. "O que o povo do planeta precisa é de uma transição sustentável das nossas sociedades para uma forma onde tenham vida especialmente as pessoas mais vulneráveis e onde o planeta tenha mais fertilidade e biodiversidade para as futuras gerações", diz o primeiro rascunho do documento.

A luta apenas começou. Ao longo destas duas semanas, estão marcadas duas grandes mobilizações, que ocorreram em Copenhague, mas terá ecos em todo o planeta. Também diariamente serão feitos informes e colocados na internet para que as organizações que estão nos países possam compreender a situação e fazer pressão nos governos.

Está cada vez mais claro que não haverá alternativa para o planeta enquanto perdurar o sistema capitalista. Os povos do mundo ainda buscam consensuar o que será essa nova sociedade sustentável, mas em Copenhague muitas são as forças que dizem abertamente que o único caminho é o socialismo.

Luiz Zarref é integrante da Via Campesina

Fuente: MST - Brasil

Temas: Crisis climática

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