Sem Terra ocupam duas áreas no Rio Grande do Sul

Idioma Portugués
País Brasil

Ações ocorreram em Santana do Livramento e São Lourenço do Sul. Movimento cobra desapropriações dos terrenos. “A nossa luta é de resistência e, como a área é improdutiva, vamos permanecer aqui e iniciar logo a produção de alimentos”.

O MST realizou duas ocupações no interior do Rio Grande do Sul. O Movimento alega se tratarem de terras improdutivas. Ainda segundo a entidade, as áreas localizadas nos municípios de Santana do Livramento e São Lourenço do Sul não cumprem sua função social.

Fronteira Oeste:

No município de Santana do Livramento, região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, cerca de 400 famílias Sem Terra ocupam, desde o último domingo (18), uma área na comunidade Madureira.

A área, que está localizada entre os assentamentos São João do Ibicuí e Dom Camilo, não possui denominação. Os trabalhadores alegam que a desapropriação da área romperia uma barreira existente no local, facilitando a rota do transporte escolar e do escoamento da produção leiteira.

“O objetivo da ocupação é cobrar do Incra a vistoria da fazenda para comprovar a sua improdutividade e encaminhar a desapropriação para o assentamento dos Sem Terra acampados há anos na região. Ainda queremos o rompimento de uma barreira que dificulta as rotas do leite e do transporte escolar, uma vez que o proprietário não permite a circulação de pessoas no local. Assim, um trajeto de 1 quilômetro entre assentamentos se transforma em 30 quilômetros por conta de um desvio que precisamos fazer”, explica Vicente Willes, da coordenação estadual do MST.

São Lourenço:

Nesta segunda-feira (19), cerca de 400 famílias Sem realizaram uma nova ocupação na Fazenda Sol Agrícola, localizada no município de São Lourenço do Sul, na região Sul do Rio Grande do Sul. A área possui aproximadamente 750 hectares e está localizado a 201 quilômetros de Porto Alegre.

De acordo com os Sem Terra, a fazenda é de propriedade de um fazendeiro chinês e há indícios de que sejamprodutiva.

Com a ocupação, o MST busca denunciar “a estrangeirização das terras brasileiras, que estão sendo vendidas para proprietários estrangeiros, colocando assim em risco a soberania nacional”.

“Além de a fazenda ter sido comprada por um estrangeiro, a área não cumpre a sua função social. Enquanto isso várias famílias de camponeses Sem Terra podiam estar produzindo alimentos saudáveis e sobrevivendo neste local”, explica Paulo Machado, da coordenação estadual do MST.

Conforme Machado, o latifúndio tem capacidade para assentar mais de 50 famílias e não há previsão para os acampados deixarem o local. “A nossa luta é de resistência e, como a área é improdutiva, vamos permanecer aqui e iniciar logo a produção de alimentos”, declara.

Audiência:

Na manhã desta terça-feira (20), será realizada audiência para tratar sobre o futuro das famílias Sem Terra que ocupam as áreas nos municípios de Santana do Livramento e de São Lourenço do Sul.
A audiência inicia às 9 horas, no Incra-RS, e contará com representantes dos dois acampamentos do MST; o diretor do Instituto, Roberto Ramos; e do prefeito de Santana do Livramento, Glauber Lima, e parlamentares.

A reportagem não conseguiu os contatos dos supostos proprietários.

Fonte e foto: Brasil de Fato

Temas: Tierra, territorio y bienes comunes

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