Pedro Grigori

Foto: Por trás do alimento

Estudo inédito apresentado pela pesquisadora Larissa Bombardi ao Parlamento Europeu alerta que também deve aumentar o desmatamento da Amazônia se acordo com Mercosul sair.

Acordo com União Europeia aumenta uso de agrotóxicos, diz pesquisadora que deixou o Brasil

Como a Syngenta perseguiu cientistas por décadas para abafar o risco dos agrotóxicos

Quando um Tribunal dos Estados Unidos tornou públicos arquivos usados em processos da Syngenta, líder do mercado mundial de agrotóxicos, o público teve um vislumbre de até onde a multinacional vai para manter seus valiosos (e perigosos) produtos no mercado. E o que ela se presta a fazer: atacar a ciência e os cientistas. “Aqueles que têm o privilégio de saber têm o dever de agir”, disse parafraseando Albert Einstein o biólogo e professor da Universidade da Califórnia Tyrone Hayes, que foi alvo de uma campanha de perseguição da empresa, em entrevista à reportagem.

Como a Syngenta perseguiu cientistas por décadas para abafar o risco dos agrotóxicos

Foto: Reporter Brasil

Na última semana, o Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União o registro de 88 pesticidas e produtos técnicos aprovados no final de dezembro. Com isso, o segundo ano de mandato de Bolsonaro terminou com 493 novos agrotóxicos, 19 a mais que em 2019, antigo recordista.

Bolsonaro bate o próprio recorde: 2020 é o ano com maior aprovação de agrotóxicos da história

Como o agronegócio faz lobby para garantir a pulverização de agrotóxicos pelo ar

Imagine viver em uma região onde é comum ter problemas respiratórios. Em que no começo da noite, o cheiro de produtos tóxicos invade as casas, levando os moradores a sofrer com dores de cabeça, náuseas e vômitos. Surgem casos de câncer, algumas mulheres grávidas sofrem abortos espontâneos e bezerros nos pastos passam a nascer sem órgãos. Essa é a história que contam os moradores do município de Boa Esperança, no interior do Espírito Santo. A revolta com a situação levou mais de 10% da população da cidade a assinar um projeto de lei de iniciativa popular para proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.

Como o agronegócio faz lobby para garantir a pulverização de agrotóxicos pelo ar

- Foto de Desinformémonos

Mesmo durante a quarentena, o Governo Federal continua a aprovar novos agrotóxicos para serem vendidos no mercado brasileiro. Desde março deste ano foram publicados o registro de 118 novos produtos, sendo 84 destinados para agricultores e 34 para a indústria. No mesmo período, as empresas produtoras de pesticidas solicitaram ao Ministério da Agricultura a liberação de mais 216 produtos, que estão sendo avaliados agora pelo governo.

Em meio à pandemia, governo Bolsonaro aprova 118 agrotóxicos em dois meses

Agrotóxico mais encontrado em frutas e verduras no Brasil é fatal para abelhas

Um agrotóxico fatal para as abelhas foi o mais encontrado em um levantamento do governo que analisa o resíduo de pesticidas em frutas e verduras vendidas em todo país. O resultado da nova edição do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA, foi divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada e mostrou também que em 51% dos testes realizados foi encontrado alguma quantidade de resíduo de agrotóxico nos alimentos.

Agrotóxico mais encontrado em frutas e verduras no Brasil é fatal para abelhas

Anvisa retira alerta de consumo para produtos que podem até “corroer a córnea”

Levantamento inédito mostra que 93 produtos com glifosato tiveram classificação reduzida sob Governo Bolsonaro – ao mesmo tempo que o cerco ao pesticida se fecha no mundo.

Anvisa retira alerta de consumo para produtos que podem até “corroer a córnea”

- Foto tomada de Internet

Casos foram detectados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Análises laboratoriais identificaram agrotóxicos em cerca de 80% dos enxames mortos no RS

Apicultores brasileiros encontram meio bilhão de abelhas mortas em três meses