A luta pela terra de São Francisco do Conde na Bahia
Na última terça-feira (15/04), o programa TV MPA abordou a luta pela terra de 70 famílias de camponesas ligadas ao movimento que ocuparam uma fazenda pertencente à Petrobras, localizada no município baiano de São Francisco do Conde. Para discutir esse assunto, Paulo Miranda e Valter Israel receberam Edivagno de Matos Reis, do MPA-BA.
Edivagno Reis destaca que o movimento na Bahia vem avançando nesse processo de luta pela terra. “No MPA, tudo funciona de forma coletiva, a luta só faz sentido se for na coletividade. Assim, as pessoas que chegam lá e montam seu barraquinho não são proprietárias de nada. Existem áreas que serão distribuídas para a produção familiar, mas também há áreas que ainda pertencem a empresas, como, por exemplo, a Petrobras. Nossa luta é conquistar essas áreas para que sejam regularizadas e passadas para as famílias”, explica.
O integrante do MPA-BA esclarece que, no dia 24 de março, o MPA realizou uma ocupação com mais de 70 famílias em uma área de terra localizada no município de São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, que pertence à Petrobras. “Na medida em que a Petrobras revendeu a refinaria Landulfo Alves, ficou uma área de terra que não foi vendida. Essa área é bastante fértil e foi nesse contexto que o Movimento decidiu fazer essa ocupação para reivindicar essas terras, com o objetivo de inseri-las no programa nacional de reforma agrária”, reforça.
Segundo Edivagno Reis, os grupos de famílias são organizados e, a partir desses grupos, existem tarefas de cozinha coletiva, infraestrutura e questões relacionadas à disciplina e segurança, com pessoas encarregadas de analisar o processo para a proteção do acampamento. “Estamos em uma área que exige cuidado, então a cada dia, um núcleo de base fica responsável por uma dessas tarefas”, menciona.
O convidado da edição, Edivagno Reis, afirma que a reforma agrária é uma grande saída e uma esperança para tirar as pessoas que estão vivendo em situação de vulnerabilidade social dessa condição. “Com isso, elas poderão ter seu espaço para produzir alimentos e construir seu projeto de vida de forma coletiva”, enfatiza.