EUA têm normas para transgênicos

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, lançou ontem o
primeiro plano abrangente para regular as lavouras de transgênicos e a
rotulagem de alimentos classificados como isentos de manipulação genética.
Os novos padrões têm como objetivo garantir a segurança dos produtos
transgênicos que chegam às prateleiras dos supermercados

De acordo com a regulamentação, as empresas de biotecnologia deverão
entregar à Administração de Drogas e Alimentos (FDA), órgão que regula os
alimentos e medicamentos no país, dados completos das pesquisas sobre
vegetais transgênicos pelo menos quatro meses antes de eles alcançarem as
prateleiras. As informações completas ficarão, então, disponíveis na
internet. Nos últimos oito anos, a divulgação desses dados por parte das
empresas era facultativa.

O Departamento de Agricultura americano ficará responsável por detectar a
presença de organismos transgênicos nos alimentos. A medida servirá para
certificar os consumidores que os alimentos que recebem nos rótulos a
inscrição "isentos de transgênicos" são realmente livres de manipulação
genética. O FDA também se comprometeu a estabelecer padrões para a
rotulagem dos transgênicos.

"As pesquisas do FDA vêm mostrando que todos os alimentos transgênicos
vendidos nos EUA são tão seguros quanto seus equivalentes não-manipulados.
Essa iniciativa deve assegurar o público que eles continuem assim", disse a
representante do órgão Jane Henney.

A reação dos ativistas de grupos ambientais, no entanto, não foi das mais
favoráveis. Eles alegam que a proposta do governo carece de estudos de
longo prazo sobre os efeitos dos transgênicos sobre a saúde humana e que
seriam necessários testes adicionais e rotulagem obrigatória desses
alimentos. "Esse plano é como comida sem gordura: não é muito bom nem muito
substancioso", afirmou a cientista do Fundo de Defesa Ambiental Recebba
Goldburg.

Jornal do Brasil, Quinta-feira,
4 de maio de 2000

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