Brasil: Movimentos realizam grande ato contra despejos de mil famílias no Pará

Idioma Portugués
País Brasil

Mais de 1500 trabalhadores das organizações do campo e da cidade na região Sudeste paraense realizam uma grande marcha em Marabá nesta quinta-feira (23), dando continuidade à Jornada de resistência contra despejos forçados.

Uma audiência acontece esta tarde, na Vara Agrária da comarca, onde os movimentos realizam uma vigília exigindo a suspensão dos despejos.

Desde as primeiras horas da terça-feira (21), o MST junto com demais movimentos da região vem realizando ações de bloqueios de rodovias. A jornada acontece devido às ordens de despejos de diversas áreas, onde se encontram 2 acampamentos Sem Terra com cerca de mil famílias.

O juiz da vara agrária da comarca de Marabá, Amarildo Mazutti, postergou a decisão sobre a permanência das famílias e, nesta quinta-feira (23), mais de 1500 trabalhadores rurais de organizações do campo e da cidade marcham por Marabá e realizam uma vigília em frente ao fórum onde ocorre uma audiência.

Além do MST, participam do ato a Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), que dá também uma conotação de que a luta pela terra nessa região vai além do enfrentamento ao latifúndio. Existe um segundo "senhor": as grandes mineradoras, que, através da expansão de seus projetos, obrigam a saída de pequenos agricultores da região.

“A Vale há anos vem expulsando os colonos de nossa região, barateando nossas terras e implicando o nosso modo de vida”, denuncia Maria Assunção, moradora do assentamento Palmares, em Parauapebas.

Concentrar terra para crescer o capital e a violência:

Segundo o Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, as propriedades rurais com áreas com menos de 10 hectares, são 34,1% do total e ocupam somente 1,5% da área total do Brasil, com média de 4,7 hectares (com base de dados de 2012). Enquanto isso, os imóveis com mais 100.000 hectares (apenas 225 propriedades, menos de 1%) ocupam 13,4% da área total, com média de 361.426,60 hectares. Trata-se de uma das maiores disparidades agrárias do mundo, uma estrutura fundiária pautada no latifúndio.

O Movimento liberou as rodovias na manhã desta quarta-feira e mantém, após a marcha, uma vigília permanente em prol das famílias.

- Editado por Rafael Soriano.

Fonte e foto: MST - Brasil

Temas: Defensa de los derechos de los pueblos y comunidades, Movimientos campesinos

Notas relacionadas:

Nuevo Observatorio de Derechos Campesinos y políticas agroalimentarias lanzado por la CLOC LVC y Alianza Biodiversidad

Nuevo Observatorio de Derechos Campesinos y políticas agroalimentarias lanzado por la CLOC LVC y Alianza Biodiversidad

Ato político demarca o enfrentamento a mineração predatória em Minas Gerais

Ato político demarca o enfrentamento a mineração predatória em Minas Gerais

El Convenio 169 de la OIT: Consentimiento libre, previo e informado y las leyes energéticas

El Convenio 169 de la OIT: Consentimiento libre, previo e informado y las leyes energéticas

Miembros de la alianza indígena Ceibo siguen de forma virtual la audiencia en la que se decidió el descongelamiento de los fondos de su organización. El gobierno de Ecuador ha congelado cuentas bancarias de entidades y personas que hacen activismo indígena y ambientalista, pero los tribunales han ordenado revertir varias de esas medidas. Imagen: Michelle GAchet / Amazon Frontlines

El gobierno congela cuentas bancarias de indígenas y ambientalistas

Comentarios