Convocação e Mobilização para o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia

Caravanas dos diferentes territórios brasileiros se encontrarão entre 15 a 18 de outubro de 2025 na UNIVASF em Juazeiro – BA em uma culminância de inúmeras ações, iniciativas e mobilizações descentralizadas construídas ao longo do ano, tendo como centralidade a temática “Agroecologia, Convivência com os Territórios Brasileiros e Justiça Climática”.
É nas margens do Opará - Rio São Francisco - no Semiárido Brasileiro no chão da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Território Sertão do São Francisco Baiano - Juazeiro – BA e divisa com Petrolina - PE, que já correm as águas do Rio do Tempo do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia – CBA 2025.
Caravanas dos diferentes territórios brasileiros se encontrarão entre 15 a 18 de outubro de 2025 na UNIVASF em Juazeiro – BA em uma culminância de inúmeras ações, iniciativas e mobilizações descentralizadas construídas ao longo do ano, tendo como centralidade a temática “Agroecologia, Convivência com os Territórios Brasileiros e Justiça Climática”.
Com os povos das Caatingas - indígenas, quilombolas, ribeirinhos, fundo e fecho de pasto, assentados de reforma agrária, atingidos por barragens e um universo diverso da agricultura familiar - em suas organizações coletivas e movimentos sociais, que tanto nos inspira na construção da “Convivência com o Semiárido”, em articulação com instituições que atuam com Ensino, Pesquisa e Extensão no Semiárido Brasileiro que convocamos para mobilização e participação no CBA – 2025.
Entendendo o CBA como um processo de construção coletiva e de socialização de saberes/conhecimentos e práticas, esta edição traz para a centralidade o debate dos aprendizados em torno das contribuições da Agroecologia para as adaptações, enfrentamento à emergência e promoção da justiça climática nos territórios brasileiros.
A garantia de alimento de verdade a partir da temática “Agroecologia na Boca do Povo” provocado pelo CBA do Rio de Janeiro - 2023 perpassa pela incidência política a partir das experiências brasileiras que já lidam com as adversidades e lutas do povo na construção de conhecimentos necessários às adaptações e convivência com o clima e suas mudanças frente aos modos de vida atuais e sistemas agroalimentares industriais insustentáveis.
O diálogo de saberes se constitui em um princípio que possibilita a Agroecologia se articular com os movimentos populares, enquanto ciência cidadã, experiências e práticas ancestrais que alimentam os brasileiros e contribui com a construção da democracia e territórios sustentáveis no campo e na cidade.
O Rio do Tempo da ABA-Agroecologia terá mais um afluente nas terras do Semiárido Brasileiro e nas águas do São Francisco entre Juazeiro-BA e Petrolina-PE, nos territórios Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano, essa edição será construída a partir da articulação de um conjunto de organizações sociais, movimentos e coletivos agroecológicos do campo e da cidade, Instituições de Ensino, Pesquisa, Extensão e Desenvolvimento, presentes nestes territórios, no Nordeste e no Brasil.

A diversidade enquanto um princípio da Agroecologia também se constitui em uma característica das diferentes experiências agroecológicas em suas abordagens no Semiárido e nos diferentes territórios brasileiros.
Desde a luta pelo direito aos territórios, modos de vida e cultura dos povos originários e comunidades tradicionais, às inovações da agricultura familiar e camponesas em seus terreiros de inovações, formam um rico campo de conhecimentos, saberes e práticas que contribuem com as diferentes transições, dimensões e saberes, necessárias à construção da Agroecologia enquanto uma ciência do diálogo de saberes.
Essa ciência que se constroi na diversidade sociocultural brasileira, de suas práticas e na ação e incidência política deste campo no Brasil, por meio da proposição de políticas públicas, ações, investimentos e saberes necessários à ampliação da Agroecologia em suas diferentes abordagens.
No território onde se realizará o 13º CBA a ação coletiva da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) tem sido uma grande rede constituída por inúmeras outras organizações populares, movimentos e articulações que têm construído a Convivência com o Semiárido, como uma expressão da Agroecologia e suas resiliências nos territórios de atuação desta rede.
Somam-se a esta, inúmeras iniciativas de produção orgânica e agroecológica, políticas e programas de assessoria técnica e construção do conhecimento agroecológico, comercialização construção e acesso a mercados, economia solidária, agricultura urbana, promoção do protagonismo feminino, apoio à juventude e educação do/no campo contextualizada, direito à moradia, movimentos de luta e defesa do direito à terra, territórios e águas, frente às ameaças presentes nos diferentes contextos do Semiárido e do Brasil.
Assim, 11 anos após o III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), também realizado na UNIVASF em Juazeiro – BA em 2014, o Semiárido Brasileiro se coloca como sede na construção do 13º CBA em 2025, buscando também incidir nas discussões da 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30) que será realizada no Brasil, em Belém/PA, em novembro deste mesmo ano.
O conjunto de instituições públicas e da sociedade civil que também se estabeleceram no Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano tem consolidado novas dinâmicas, em diálogo com as iniciativas populares de construção da agroecologia nestes territórios como o IRPAA, SASOP, REFAISA, UNIVASF, UNEB, IF-Sertão-PE, Embrapa Semiárido, os Núcleos de Estudos em Agroecologia e programas de pós-graduação em Agroecologia, Desenvolvimento Territorial (UNIVASF/UNEB/UFRPE) e Extensão Rural (UNIVASF), dentre outras instituições e organizações de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Foram essas dinâmicas que favoreceram que docentes e discentes da UNIVASF, em articulação com este coletivo de organizações, instituições e movimentos sociais se mobilizassem, inicialmente para a proposição de sediar o CBA do Semiárido Brasileiro. Tal coletivo inicial vem sendo ampliado com um conjunto de diversas instituições públicas, da sociedade civil e movimentos sociais para a construção do CBA ao longo de 2025.
Mesmo com as restrições orçamentárias das Universidade, Instituições de Pesquisa e Desenvolvimento, Extensão Rural e falta de apoio às atividades dos Núcleos de Estudos em Agroecologia estes têm sido fundamentais para o desenvolvimento da Agroecologia. Por isso, é no chão de uma Universidade Pública brasileira - UNIVASF - e tomada pelo povo que o CBA do Semiárido se dará como forma de evidenciar a importância deste espaço para a construção da Agroecologia enquanto ciência em diálogo com os movimentos e experiências agroecológicas dos diferentes territórios brasileiros.
Frente à luta pela reconstrução e proposição de políticas públicas de apoio à Agroecologia e à Agricultura Familiar como forma de promover o acesso a alimentos de verdade para o povo frente aos desmontes de políticas públicas de apoio à Agroecologia no seu desenvolvimento e interfaces com o Ensino, Pesquisa e Extensão. Como bem destaca em um dos lemas da Convivência com o Semiárido:
“É no Semiárido que a Vida Pulsa, É no semiárido que o Povo Resiste!”
As águas do Rio do Tempo do 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia já estão correndo nos territórios do Semiárido Brasileiro. Sigamos na caminhada de construção do CBA do Semiárido Brasileiro! Esperamos vocês e todas as caravanas agroecológicas no Sertão do São Francisco.