O que são mercados de carbono?

Os mercados de carbono são basicamente o comércio de cotas de poluição. A criação desse mercado é resultado do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 por 156 países. O acordo definiu metas de redução das emissões de CO2, mas alguns governos, como os Estados Unidos, exigiram a criação de um mecanismo de mercado para participar. Assim se formou o chamado mercado de carbono, ou em bom português: comércio de licenças para poluição.

Funciona assim: quem polui menos vende créditos para quem polui mais. Essa permissão para emitir carbono pode ser comprada e vendida pelas empresas. Nessa lógica não são realizadas as mudanças estruturais que precisamos para frear as emissões de gases de efeito estufa. Assim, países e empresas maquiam os danos socioambientais que causam, "compensando" com florestas nos países emergentes, como é o caso do Brasil. Como se a destruição de toda uma biodiversidade para plantação de soja pudesse ser "compensada" com plantações de eucalipto, por exemplo.

Não parece fazer sentido, né? É um ciclo de lucro sem fim para as empresas, que mantém a lógica poluidora e ainda ganham com a propaganda verde. É isso que chamamos de “greenwashing”.

Uma estratégia para se promover usando o discurso de sustentabilidade, quando na verdade a cadeia de produção continua a ser poluidora.

É por isso que empresas, como a JBS, fazem propagada do 'net zero' e querem a regulamentação de mecanismos de compensação para poder continuar poluindo. Os impactos da poluição e da destruição da biodiversidade não são uma equação matermática em que 1 CO2 + 1 árvore = 0 poluição. Cada bioma é único e para lidar com a crise climática são necessária soluções específicas nos territórios junto com os povos da floresta para frear os danos já causados.

É preciso enfretar o problema com mudanças estruturais, não com uma maquiagem que joga o resultado dessa conta para o futuro. É por isso que dizemos que os mercados de carbono são uma falsa solução.

Fonte:  Grupo Carta de Belém

Temas: Crisis climática, Economía verde

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