Associação mundial de consumidores critica liberação da soja transgênica no Brasil
O movimento internacional de consumidores, liderado pela Consumers International (CI) - federação que reúne mais de 250 entidades em 127 países-, criticou a recente decisão do governo brasileiro de liberar a safra de soja transgênica gaúcha para comercialização
Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (20), em São Paulo, a entidade afirmou que pretende enviar ao presidente Lula, em conjunto com o Idec, uma moção pedindo para que o país não permita o plantio e a comercialização de transgênicos sem prévias e rigorosas avaliações de riscos à saúde e ao meio ambiente.
Segundo o diretor da entidade, Julian Edwards, o posicionamento do Brasil é fundamental para o debate internacional sobre os transgênicos, uma vez que o país é o único grande produtor a possuir uma legislação que proíbe a produção e o consumo dessas espécies. ?Essa tecnologia ainda é duvidosa e poucos países estão preocupados com a rotulagem dos alimentos geneticamente modificados. Mas o Idec está tentando mudar essa situação?, afirma Edwards.
A Consumers International alertou também para as conseqüências socioeconômicas da liberação dos transgênicos - especialmente devido ao controle da produção de alimentos pelos detentores dessa tecnologia. Para a entidade, consumidores de todo o mundo certamente boicotarão os alimentos brasileiros que tiverem qualquer tipo de organismo geneticamente modificado.
Os membros da CI apóiam a moratória da introdução de novas espécies transgênicas até que avaliações de riscos à saúde e ao meio ambiente sejam feitas antes da liberação para consumo. ?As agências internacionais que regulam a segurança dos alimentos dizem que não há evidências de que os transgênicos farão mal no futuro. Foi o mesmo que aconteceu com as indústrias do tabaco?, alerta Louise Sylvan, presidente da Consumers International.
Segundo ela, os consumidores têm o direito de saber se os alimentos oferecidos no mercado são produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, o que exige plena rotulagem desses produtos. Para tanto, é necessária a criação de legislação nos âmbitos nacional e internacional.
Fuente: IDEC
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