Brasil: Greenpeace denuncia falta de fiscalização do governo com transgênicos, por WWI-UMA
O Greenpeace denunciou no dia 17 na fábrica de rações da Bunge, em Porto Alegre (RS), o resultado de um teste que detectou 30% de soja transgênica em um produto da empresa que não traz essa informação no rótulo
O produto, uma ração para aves da marca Vitosan, foi testado pelo laboratório Genescan do Brasil. Embora esteja em vigor uma lei que obriga a rotulagem de qualquer produto para consumo humano ou animal que contenha mais de 1% de organismos transgênicos, o resultado do teste evidencia que as indústrias não estão cumprindo a legislação, já que não existe fiscalização por parte dos órgãos responsáveis.
Na manifestação, um ativista fantasiado de frango devolveu, com a ajuda de outros 20 ativistas, aproximadamente uma tonelada da ração transgênica à Bunge. Em todos os pacotes devolvidos foram colados adesivos com a frase: ?pode conter transgênicos?.
O Greenpeace entregou uma carta à empresa demandando que deixe de usar OGMs - organismos geneticamente modificados, até que seja capaz de cumprir a legislação e informar corretamente o consumidor sobre o conteúdo transgênico de seus produtos.
No dia 4 de setembro, o Greenpeace informou à Bunge o resultado do teste e solicitou uma reunião para discutir a questão. No encontro, realizado no dia 11 de setembro, a Bunge admitiu não ter tomado, até aquele momento, nenhuma providência com relação à irregularidade do produto, e disse que estaria aguardando a definição de detalhes para a rotulagem.
Ao autorizar a comercialização da soja transgênica plantada ilegalmente no país em 2002, o governo federal garantiu que asseguraria ao consumidor o direito à informação, por meio da rotulagem dos produtos transgênicos. No entanto, o resultado deste teste confirma que não é isso que está ocorrendo. Até o momento, as medidas necessárias para a implementação da lei de rotulagem ainda não foram adotadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Uma carta solicitando as providências cabíveis e uma cópia do laudo do laboratório foram encaminhadas ao Ministério Público, ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, ao Ministério da Justiça, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e também ao Ministério da Saúde e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Greenpeace).
WWI-Worldwatch Institute / UMA-Universidade Livre da Mata Atlântica