Brasil: Jornada de Agroecologia: porquê não queremos transgênicos
Uma série de fatores negativos dos transgênicos não chegam ao conhecimento do grande público, engessando uma discussão séria e importante, que deveria ser feita com a participação de todos os setores da sociedade
Por exemplo:
· Os transgênicos são formas vivas, e como tal estão sujeitos à mutação e dispersão no meio. Assim, irão concorrer, através do processo de seleção natural, com plantas nativas que não foram geneticamente modificadas, acabando com a biodiversidade originais do país. E este processo é irreversível, ou seja, uma vez introduzidos no meio ambiente, nunca mais poderão ser retirados.
· Genes pesticidas matam também outras espécies que não são prejudiciais às plantações. É o caso, relatado por um entomologista norte-americano, das famosas borboletas Monarca, que morrem devido aos pesticidas presentes no milho transgênico, sem contudo causar qualquer prejuízo à estas plantações. Este foi só o caso comprovado. Vários outros estudos ainda estão sendo feitos, com outras espécies e plantas.
· Alimentos transgênicos podem causar câncer de mama. Podem ainda causar reações alérgicas não previstas. As pessoas costumam identificar os alimentos que lhes causam reações alérgicas. Nos transgênicos, porém, o princípio alergênico (que causa alergia) pode ser transferido de um produto ao outro, sem que o consumidor saiba o que está ingerindo, e porque determinado alimento começou a lhe causar alergia.
· As multinacionais vendem não só a semente exclusiva, mas também o herbicida e os agroquímicos específicos para transgênicos. Assim, podem dominar todos os elos da cadeia produtiva, determinando quando, como e quanto plantar, e ainda o preço de mercado da produção.
· A maioria das sementes transgênicas possuem um gene chamado exterminador, que torna estéreis as sementes de segunda geração. Ou seja, impossibilita o plantio das sementes obtidas com o primeiro cultivo. Isso obriga o agricultor a comprar sementes para cada plantio, deixando para trás todo um trabalho milenar de cultivo e melhoramento das próprias sementes, e também sua autonomia.
Por razões como essas é que as ações de ocupação de áreas com cultivo de transgênicos serão sistemáticas, sendo substituídas por um modelo sustentável, baseado na agricultura familiar agroecológica, que: não prejudica o meio ambiente, não acaba com a biodiversidade local, não produz alimentos cancerígenos, não acaba com o solo e não deixa a agricultura nacional refém de meia dúzia de multinacionais interessadas somente no lucro. Por favor divulguem esta mensagem à todos os interessados em um Brasil soberano, produtivo e independente.