Brasil: queimadas atingem países vizinhos

Os índices de queimadas continuam aumentando, de forma contínua, no Brasil, embora ainda abaixo da expectativa, considerando os registros do mês de agosto de anos anteriores

Entre os últimos dias 15 e 21, os satélites da série NOAA, de passagem vespertina, registraram 6.252 focos em todo o País, contra os 5.655 da semana anterior.

As queimadas agrícolas e mesmo os incêndios em parques, porém, não ocorrem somente em terras brasileiras: os países vizinhos também estão ardendo, com frentes tão grandes, que as nuvens de fumaça chegam a 180 quilômetros. É o caso do Paraguai, onde os satélites registraram 2.302 focos entre os últimos dias 15 e 21.

Detalhes das imagens do satélite Aqua-Modis, utilizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para monitoramento complementar de incêndios em unidades de conservação, registram frentes de fogo imensas. Uma destas frentes atingiu a Reserva de Yacyretã, destruindo pelo menos 5 mil hectares de um total de 13 mil protegidos naquela área, conforme relata o jornal paraguaio 'Diario ABC'.

Segundo o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, o Paraguai tem sido muito afetado pelas queimadas nos últimos anos assim como a Bolívia e o norte da Argentina, onde as áreas devastadas são grandes. 'Na Venezuela há também muita atividade com fogo, mas mais restrita às savanas', diz Setzer, coordenador de um sistema de monitoramento, que inclui as unidades de conservação do Paraguai, Bolívia e Peru.

No Brasil, nesta semana, houve um deslocamento das maiores concentrações de fogo, do Pará e Maranhão para Rondônia e Acre. Em Rondônia, o número de focos cresceu violentamente, totalizando 1.324 nesta semana contra os 305 da semana anterior [aumento de 334%]. As maiores concentrações foram registradas entre as cidades de JI-Paraná e Cacoal, no trecho da BR-364 que passa ao sul do Estado, e na Serra dos Parecis.

No Acre, a estação de queimadas está apenas começando: de um total de 40 focos, detectados na semana de 7 a 14, o Estado subiu para 126 focos, entre os dias 15 e 21. A maioria dos focos ardeu em torno de Rio Branco ou ao longo da BR-364.

No Pantanal, as queimadas ainda estão na bordas, tanto no extremo-sul do bioma, junto a Porto Murtinho, como a leste, na divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul. Se a seca persistir mais um pouco, o fogo voltará a atingir as pastagens nativas, como aconteceu em 2001, registrando um dos piores anos para a fauna e flora nativas.( CLIPPING /ICV AE)

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