Carta do II Congresso Nacional destaca 4 décadas de luta e organização do MMC Brasil
Reunidas em Brasília/DF, no Parque de Exposições da Granja do Torto, entre os dias 13 e 15 de outubro de 2025, mulheres camponesas de todas as regiões, de 19 estados do Brasil reafirmaram sua organização política, o compromisso com a defesa da vida, a agroecologia, o feminismo camponês popular, a defesa da soberania nacional e democracia, além de demais pautas pertinentes à existência e luta do movimento.
Do encontro das vozes, das reflexões, das experiências e projeções políticas, das místicas e do diálogo coletivo nasceu a Carta do II Congresso Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC Brasil), documento que expressa o acúmulo de um processo histórico e análises construídas ao longo de um intenso processo de mobilização, escuta, formação, organização e resistência desde os territórios e comunidades em que o MMC se organiza.
        
        
    
    
    
Dos quintais e territórios ao II Congresso Nacional
A Carta é resultado de um percurso com anos de debates em reuniões, rodas de conversas, encontros de base, seminários e congressos estaduais que antecederam o II Congresso Nacional do MMC. Cada palavra vem da vivência e da partilha das mulheres que, desde seus quintais, roçados, florestas, beiras de rio e das periferias, constroem a luta por direitos e pela libertação das mulheres trabalhadoras de todas as formas de violência.
Durante o Congresso, esse acúmulo foi sistematizado e reafirmado em plenária, como uma síntese política das lutas, da organização popular e dos sonhos do MMC para o futuro.
No documento, o Movimento reafirma seu caráter feminista, camponês e popular, guiado pela luta contra o patriarcado, o racismo, o capitalismo, a LGBTIfobia e pelo fim de todas as formas de opressão, exploração, discriminação, preconceitos e de violências, reforçando também sua missão na construção de relações sociais mais justas e solidárias através do feminismo camponês popular e do projeto de agricultura camponesa feminista e agroecológica.
MMC 42 anos: luta e resistência
A carta também denuncia as desigualdades que marcam a vida das mulheres do campo, das águas e florestas, reafirma um caminho para produzir alimento saudável e diversificado com os princípios da agroecologia e as sementes crioulas como patrimônio dos povos a serviço da humanidade, garantindo proteção a biodiversidade, autonomia e dignidade às famílias camponesas.
O texto também destaca a necessidade de políticas públicas efetivas para o campo, o fortalecimento da produção das mulheres e o enfrentamento às violências contra seus corpos e territórios. Reforça, ainda, o papel da formação, da organização e da luta popular como eixos centrais de transformação da realidade das mulheres organizadas no movimento.
Ao final do Congresso, a leitura pública da carta emocionou a plenária e marcou os 42 anos de luta e existência do Movimento. Foi apresentada também a nova Coordenação Nacional do MMC e aprovado o novo Documento Tese, que orienta e norteia a construção e a continuidade da luta em defesa da vida nos 19 estados onde o movimento se organiza.
II Congresso Nacional do MMC
Existimos Porque Lutamos!
- Acesse e leia a íntegra da Carta do II Congresso Nacional do MMC Brasil:

