Conheça a história de Maria Manthay, guardiã da biodiversidade

Maria Manthay, guardiã da biodiversidade Maria Manthay, guardiã da biodiversidade. Foto: Comunicação do MST na Bahia

Os aromas de março chegaram e com isso a luta das mulheres Sem Terra, animadas com seus facões, lenços, cadernos e canetas, para a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, com a realização de muitas atividades formativas, plantios de árvores e atos em várias regiões do país, contra as multinacionais do agronegócio, os pacotes de venenos liberados pelo governo federal e pela vida das mulheres. A jornada deste ano traz o lema: Terra, Trabalho, Direito de Existir. Mulheres em Luta, não vão sucumbir!

Construímos um especial da regional extremo sul da Bahia, com histórias de algumas mulheres Sem Terra, que vem sendo referências nas áreas de assentamentos e acampamentos para o Plano Nacional de Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis. Vamos contar a história de 4 mulheres que estão presentes nos assentamentos e acampamentos semeando a luta por: justiça social, equidade de gênero, ambiental, através das práticas agroecológicas.

A nossa primeira história é de uma mulher pioneira no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra na Bahia, dona Maria das Graças Manthay, capixaba, descendente de Italianos, mulher Sem Terra de 69 anos, mãe de 07 filhos, avó e bisavó, militante do MST desde 1990 que vive no Assentamento Agroecológico Bela Manhã, no município de Teixeira de Freitas/BA.

Maria Manthay, guardiã da biodiversidade Maria Manthay, guardiã da biodiversidade. Foto: Comunicação do MST na Bahia

Maria das Graças Manthay, conta um pouco sobre si mesma e os motivos que a levaram a ser reconhecida como guardiã da biodiversidade, no Plano Nacional do Plantio de Árvores e Produção de Alimentos Saudáveis.

Desde criança gostava de plantar mudas de qualquer espécie, e agora com toda experiência que tem, diz não querer parar mais, pois aprendeu muito nova a respeitar a mãe terra, pela água, pelas sementes. “Quando entrei no MST essa paixão revigorou ainda mais dentro de mim, porque como a gente sempre fala: nós não queimamos, não desmatamos, a gente procura produzir de uma maneira agroecológica, sem agredir o meio ambiente, a gente costuma preservar a água que tem lá naquela localidade. Então, nós somos sim cuidadores, nos tornando guardiões desta tarefa linda do movimento, que tem como meta de plantar 100 mil árvores em 10 anos”, comenta.

Manthay, como é conhecida no assentamento, relata que as ações do plano deram uma nova dinâmica na comunidade, com trocas de mudas, sementes e doações, para incentivar outras pessoas a continuarem plantando e produzindo alimentos saudáveis e promovendo segurança alimentar, além de recuperar o meio ambiente.

“Estou muito feliz e animada, muito fortalecida, porque a terra é muito generosa, ela retribui muito rápido com a gente. Fico feliz quando vejo meus filhos e netos saboreando os alimentos produzidos aqui no meu lote, alimentos do meu quintal”, finaliza.

*Editado por Fernanda Alcântara

Fonte: Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra

Temas: Feminismo y luchas de las Mujeres

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