Aqüífero Guarani sofre ameaça com agrotóxicos e perfurações no Paraguai
4.716 empresas de vários países como Estados Unidos, Argentina, Holanda, Alemanha, Brasil e Itália uniram-se a empresas paraguaias para pagar menos impostos com o objetivo de explorar o mercado de água mineral
O uso indevido de agrotóxicos nas plantações de soja é uma ameaça constante ao Aqüífero Guarani e é um dos maiores problemas que o Paraguai tem enfrentado, ressaltou Walberto Caballero, jornalista do Diário ABC Color de Assunção, Paraguai, durante sua palestra na Ecosul 2004 ? Fórum de Debates. O evento faz parte da programação do Festival da América do Sul que está acontecendo em Corumbá, Mato Grosso do Sul, entre os dias 17 e 25 de setembro.
Outra ameaça ao Aqüífero Guarani, maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, são as perfurações descontroladas de poços irregulares. O jornalista também comentou sobre a lista de empresas registradas no Paraguai para explorarem água potável.
Segundo Caballero 4.716 empresas de vários países como Estados Unidos, Argentina, Holanda, Alemanha, Brasil e Itália uniram-se a empresas paraguaias para pagar menos impostos com o objetivo de explorar o mercado de água mineral. "Nós temos o dever de cuidar das águas superficiais, como é o caso do rio Paraguai, mas também devemos zelar pelas águas subterrâneas, como o Aqüífero Guarani", alerta Caballero.
A Ecosul é uma realização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema). O evento é uma proposição da Comissão Permanente de Meio Ambiente do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul) composto pelas secretarias de Estado de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, que detém atualmente a presidência.
As palestras da Ecosul finalizam no dia 22 de setembro quando será produzido um documento final para ser apresentado aos outros Estados do Codesul.
Ríos Vivos, Internet, 20-9-04