Brasil: representante da FAO critica liberação de soja transgênica
O representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, José Tubino, criticou a liberação do uso de sementes transgênicas sem a realização de estudos de avaliação de impacto ambiental
Brasília - No mês passado o governo liberou o uso de sementes de soja geneticamente modificadas para a atual safra, sem que tenham sido feitos estudos de impacto ambiental. A explicação oficial é que não daria tempo de realizá-los sem prejudicar os 150 mil agricultores que aguardavam a assinatura da medida provisória para começar a plantar suas sementes.
"A FAO recomenda o princípio da precaução", afirmou Tubino, após reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), no Palácio do Planalto - sem a participação do presidente Lula.
Para Tubino, não é a tecnologia das sementes geneticamente modificadas que irá contribuir para a erradicação da fome no mundo. "O problema do acesso aos alimentos é a pobreza e a miséria. É preciso estimular a agricultura familiar e uma reforma agrária bem planejada. Isso tem efeitos muito maiores do que a liberação de transgênicos".
A reunião do Consea, da qual participou Tubino, foi esvaziada por causa da ausência do presidente Lula. Dos 15 ministros que fazem parte do conselho, apenas quatro compareceram e apenas cinco mandaram representantes.