Índia resiste à semente de algodão da Monsanto
A venda de sementes de algodão transgênico da empresa americana Monsanto aumentou consideravelmente na Índia, este ano
Bangalore (Índia), 12 de Agosto de 2003 - A meta fixada pela companhia, entretanto, não deverá ser alcançada devido à oposição de grupos de produtores ao uso de transgênicos, segundo anunciou ontem um porta-voz da empresa.
A Maharashtra Hybrid Seeds, uma sociedade da Monsanto na Índia, vendeu 230 mil pacotes de 450 gramas de sementes BT em seis estados indianos desde o início da estação de plantio, em junho, informou a representante da Monsanto, a indiana Ranjana Smetacek. O período de plantio termina este mês.
A venda de algodão transgênico é permitida em 29 estados da Índia. Nesta estação, as vendas subiram 216% em relação a 2002, o primeiro ano em que as sementes geneticamente modificadas começaram a ser vendidas naquele país.
Entretanto, as vendas ficaram abaixo da meta fixada pela companhia de 700 mil pacotes nesta temporada. As vendas terminaram em quatro estados e prosseguem em dois, mas a meta não será cumprida, prevê Smetacek."Esperávamos vender mais. Mas, considerando o clima, os produtores se mostraram muito cautelosos na compra de algodão BT. Nessa situação, o que conseguimos é um crescimento excelente", afirmou Smetacek à Associated Press de Bombaim, a capital financeira da Índia.
Resistente à lagarta
BT significa bacillus thuringiensis, uma bactéria cujo gene é injetado nas sementes de algodão para torná-las resistentes à lagarta do algodoeiro. A Monsanto é a única companhia que pode vender tais sementes na Índia.
As associações de produtores se opõem à introdução das sementes de algodão BT no país, afirmando que são prejudiciais ao meio ambiente e podem contaminar os genes de variedades nativas mediante a polinização.
Ativistas do setor disseram que a colheita de BT no ano passado foi um fracasso, afirmando que as sementes não combateram a lagarta. A Monsanto contra atacou dizendo que vários produtores declararam que obtiveram um maior controle das pragas e economizaram nos custos dos pesticidas.
Agrolink, Internet, 12-8-03