Lula elogia Marina e diz que natureza não pode ser atropelada

BRASÍLIA - No dia em que a Câmara aprovou o projeto que institui a Lei de Biossegurança, num acordo costurado pelo governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou de forma bem-humorada a aprovação do projeto afirmando que ao presidente da República "cabe cumprir as decisões aprovadas pelo Congresso e não é questão de gostar ou não".

No fim da cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Florestas, Lula fez questão de elogiar o comportamento da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mas em nenhum momento citou o caso específicos dos transgênicos. Ele disse que Marina sempre disse que não gostaria de ser "a ministra que sempre diz não, mas sim, a que quer discutir o que pode ser feito". O presidente disse ainda que Marina teve paciência e muitas vezes não foi bem compreendida.

- O evento de hoje (o lançamento do Programa Nacional de Florestas) prova que quando há diálogo, quando há disposição do governo e da sociedade para sentar e conversar os resultados normalmente são os melhores - disse.

Segundo Lula, se o Brasil não implementar uma política ambiental correta terá problemas ao se relacionar "com o mundo lá fora, que está cada vez mais exigente".

- A natureza não deve ser encarada como um museu de relíquias, mas não pode ser atropelada por modelos econômicos de espoliação. É preciso haver um equilíbrio - afirmou.

No fim da cerimônia, bem descontraído, Lula visitou uma sala de churrasco feita com madeira apreendida e certificada (cultivada dentro do manejo sustentado). O presidente botou avental de churrasqueiro, sentou-se à mesa e dedilhou um violão - feito de madeira reciclada - que ganhou de presente.

O Programa Nacional de Florestas tem o objetivo de estimular o manejo sustentado da floresta e o aproveitamento de madeira apreendida, que costuma apodrecer nos depósitos do Ibama. Com a madeira apreendida, o governo quer constuir cinco mil casas no Pará, o que deve gerar cinco mil empregos. Ao todo, o programa vai liberar R$ 1,8 bilhão em crédito até 2007.

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