Soja não transgênica pode ter prêmio de 10%


Prensa


Valor Econômico, Brasil, 30-11-01

Empresas & Tecnologia - Agronegócios
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Soja não transgênica pode ter prêmio de 10%

Inaê Riveras, De São Paulo

Os prêmios pagos pela soja convencional podem chegar a mais de 10% nos próximos doze meses, bem acima do intervalo de 2% a 4% pagos atualmente. A previsão é do consultor britânico Graham Brookes, que tem entre seus clientes órgãos agrícolas da Comunidade Européia e companhias européias de alimentos e insumos.



A estimativa, explica ele, baseia-se em projeções de diferentes organizações, que convergem para um interesse crescente dos consumidores por produtos livres de transgênicos, tanto na União Européia quanto na Ásia.

Além do aumento na demanda, deve contribuir para a melhora dos prêmios a redução de oferta mundial de grãos convencionais.

A expansão das lavouras geneticamente modificadas deverá ser registrada também no Brasil, acredita. Para Brookes a área destinada a transgênicos no Brasil deve crescer, proporcionalmente, acima da média de crescimento total da soja. "Por mais que meus números sejam superestimados, não invalidam os motivos fundamentais", defende o consultor, que recebeu relatórios apontando até 50% da produção de soja gaúcha como geneticamente modificada. Além do crescimento da soja GMO, a China dá sinais de que colocará algum tipo de barreiras aos transgênicos.

"Se as tendências se confirmarem, poderemos ter prêmios de até 20%", afirma o consultor, lembrando que o valor não representa ganho líquido para o produtor, mas uma compensação pelos maiores custos próprios da produção convencional quando comparada à transgênica, e pelos gastos com a segregação dos grãos.

Brookes afirma que, até o momento, segundo dados das redes varejistas (responsáveis pelo impulso da diferenciação entre soja convencional de transgênica na Europa), o gasto com os prêmios vem sendo absorvido por toda a cadeia produtiva (varejo, produtores de ração e esmagadoras), menos pelos processadores de aves e suínos.

Se confirmada uma elevação deste diferencial, porém, é provável que a indústria de carnes tenha de entrar na conta. "Em última instância, se não aceitarem, terão de buscar fornecedores e compradores fora da Europa, o que abriria oportunidades inclusive para os criadores de frango brasileiros que utilizem soja convencional", diz.

Segundo Brookes, embora o número de países compradores do produto não-transgênico (e pagadores de prêmio) esteja crescendo, o maior incremento vem de países como Alemanha, Bélgica e Reino Unido, ainda sob impacto das crises sanitárias, como a da "vaca louca".
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